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AGRICULTURA

Com retorno da chuva, produtores da região voltam às lavouras

Foto: Giovane Weber

Astor Limberg, em Cerro Alegre Alto, aproveitou a quarta-feira para preparar a terra e iniciar a semeadura do milho safrinha

O Vale do Rio Pardo tem registrado precipitações pluviométricas com maior frequência nos últimos dias, apesar de continuarem de forma irregular. Com isso, muitos produtores aproveitam a oportunidade e semeiam o milho e a soja, em especial quem aproveita a resteva do tabaco para diversificar a propriedade. A expectativa é de que haja maior regularidade na ocorrência da chuva, o que pode fazer com que a produtividade volte aos índices considerados ideais.

A Estação Meteorológica da Universidade de Santa Cruz (Unisc) aponta um acumulado de 99,6 milímetros neste mês, sendo 20,4 somente nessa quarta-feira, 26, até as 19 horas. A média, de acordo com o Climatempo, alcança 160 milímetros. Apesar de ainda estar distante do que é considerado normal, o volume é tido como positivo pelo extensionista rural agropecuário Josemar Parise, do escritório regional de Soledade da Emater/RS-Ascar.

Ele ressalta, no entanto, a diferença entre uma e outra área, em função da irregularidade da ocorrência de chuva. “Em Rio Pardo, teve locais com 90 milímetros; em Candelária, 21 milímetros”, exemplifica.

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Ainda assim, produtores conseguiram começar a semeadura do milho e da soja, que estava interrompida em razão da secura do solo. Técnicos calculam que possa ter chegado a 60%, no caso do cereal, da área destinada à planta tardia. “Quem tinha o milho do cedo deve somar uma quebra em torno de 50%”, calcula. É o caso de Astor Limberg, de Cerro Alegre Alto, em Santa Cruz. Aproveitou a tarde dessa quarta-feira para trabalhar a terra a fim de iniciar a semeadura do milho safrinha, que será destinado para silagem. Há poucos dias, conta, terminou a colheita do cedo, ficando abaixo das cem sacas por hectare, o que ainda foi considerado positivo, diante da situação climática.

O mesmo dinamismo está sendo percebido entre os que optam pela soja. A serem confirmadas as previsões de chuvas mais regulares, Parise acredita que as lavouras, em especial aquelas com ciclo médio, plantadas em novembro, possam proporcionar boa produtividade.

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“Aquelas que floresceram e formaram vagem no auge da estiagem não se desenvolveram, por causa da falta de chuva e das altas temperaturas”, ressalta o extensionista ao tratar sobre as características precoce ou superprecoce, que costumam evoluir rapidamente. “Mas elas não representam 10% do que é plantado na região”, salienta.

Mananciais

Além de milho e soja, que estão sendo plantados a partir da maior umidificação do solo, o arroz é beneficiado com o aumento da ocorrência de chuvas. Josemar Parise destaca que grande parte do volume vai para os cursos d’água, como arroios e rios. “Isso melhora o Rio Jacuí, dando fôlego ao uso da água para a irrigação do arroz”, conta.

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Em apuração com colegas de outros escritórios da Emater, o extensionista havia constatado que 10% da área com arroz não estava recebendo água, devido ao baixo nível dos arroios. “Com as perspectivas de chuvas mais generalizadas, haverá mais tranquilidade na área do arroz, mesmo que utilizando a irrigação com certa racionalidade”, afirma.

A expectativa é de que as perdas que haviam sido previstas possam ser minimizadas caso as precipitações se mantenham com regularidade.

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Para os hortigranjeiros, a temperatura tem que baixar

Enquanto um grupo de produtores comemora a chuva, outro amplia a expectativa para que também os termômetros colaborem. A temperatura tem que baixar para que os hortigranjeiros possam se desenvolver. Danilo Hentschke, de Linha João Alves, em Santa Cruz do Sul, adianta que só chover não é suficiente caso as temperaturas se mantenham elevadas.

A previsão é de que, passada a chuva desta semana, as máximas sejam reduzidas, apesar de ainda continuarem em níveis elevados. “No caso da alface, por exemplo, o calor é fatal. A planta aguenta até 33, 34 graus, depois ela sobe”, exemplifica. De qualquer forma, antecipa ser o período para conseguir plantar, recuperando a interrupção de duas semanas. “Vai faltar produto no mercado, porque os produtores não tinham como semear”, alerta.

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A preocupação da manutenção das temperaturas também é sentida pelo técnico em agropecuária da Emater/RS-Ascar de Santa Cruz do Sul, Vilson Pitton. Ele qualifica a situação como crítica, porque o calor excessivo inibe o desenvolvimento das plantas. Sobre a precipitação, entende que são necessários pelo menos 40 milímetros semanais de forma regular.

“Aqueles que fizeram um bom manejo do solo, com palhada e plantio direto, por exemplo, acabam sofrendo menos”, reforça. Nesse momento em que chove, o preparo adequado consegue manter a umidade por mais tempo, em especial nas áreas com solo mais profundo, o que permite às raízes buscarem água. “Lavoura com solo raso tem mais problemas”, acrescenta.

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