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EXPORTAÇÕES

Tabaco aguarda parecer da China para ser embarcado

Em razão da pandemia, a pré-inspeção do tabaco, uma das exigências do protocolo bilateral de comércio entre Brasil e China, ocorreu sem a presença dos técnicos da Administração Geral das Alfândegas da República da China (GACC).

Em acordo com o GACC, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ficou encarregado da coleta das amostras do produto processado e do envio à Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), para testes laboratoriais que comprovem a fitossanidade do tabaco brasileiro antes do embarque. Todas as 58 amostras foram aprovadas e serão despachadas à China para o parecer final.

O encerramento oficial das atividades ocorreu na última sexta-feira, por videoconferência, e reuniu representantes do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas exportadoras, do Mapa e Unisc. O presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, abriu a reunião. “Dizer que estamos chegando ao final deste processo em um ano atípico e cheio de desafios como este já é uma grande vitória, o que só foi possível com o empenho de todas as entidades e empresas envolvidas nesse processo”, destacou.

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“A China é um dos maiores importadores do tabaco brasileiro, ajudando a fortalecer cada vez mais toda a cadeia produtiva no país. Ficamos satisfeitos que em 2020 houve um acréscimo no volume comprado, ou seja, mais tabaco foi comprado comparativamente com o ano passado. Esperamos que isso seja uma curva ascendente”, ressaltou o presidente do SindiTabaco.

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Roque Danieli, da Superintendência do Mapa no Estado, apresentou o resultado das análises realizadas e que serão despachadas à China para parecer final. Segundo ele, foram 58 amostras coletadas nos lotes de tabaco processados por sete empresas. “Todas cumpriram os requisitos sanitários e não foram detectadas pragas quarentenárias constantes no protocolo”, informou.

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Daniele também comentou que técnicos do Mapa têm realizado inspeções no campo para averiguar o uso de agrotóxicos. “Percebemos que os produtores de tabaco não estão utilizando nenhum produto fora daqueles registrados e autorizados pelo Mapa. É o setor que menos tem tido problemas no assunto de defensivos, muito em função da PI Tabaco, que teve a participação do Mapa na sua implementação. Ao longo dos anos a qualidade do tabaco vem melhorando e, considerando que esse é um trabalho das equipes de campo, salientamos que deve continuar”, disse.

ANÁLISES

A responsável técnica do laboratório da Central Analítica da Unisc, professora Adriana Dupont, explicou que foram 40 dias de intenso trabalho avaliando o tabaco processado para poder entregar os laudos dentro do prazo. Destacou que não foram encontradas estruturas viáveis de pragas quarentenárias, o que deve resultar na autorização de embarque do produto pelas autoridades chinesas.

Izabela Mendes Carvalho, chefe da divisão de programas especiais do Ministério da Agricultura, em Brasília, parabenizou a todos. “Este é um trabalho conjunto e que viabilizou por mais um ano a exportação do tabaco brasileiro para a China, cumprindo com todas as exigências sanitárias do mercado chinês. Os inspetores da GACC e representantes comerciais não puderam vir ao Brasil devido às circunstâncias e agradecemos pela confiança no Ministério da Agricultura, que ficou encarregado pela coleta, monitoramento e todo o processo de certificação fitossanitária. Esclarecemos que todos os procedimentos foram rigorosos no sentido de garantir a segurança do tabaco a ser exportado.” Izabela informou ainda que todos os documentos foram encaminhados ontem para a China, para que possam ser analisados e processados o quanto antes.

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Xinghua Zhou, presidente da China Tabaco Internacional do Brasil (CTIB), informou que o objetivo agora é conseguir logo o resultado da GACC. “Depende do órgão chinês a aprovação para embarcar para a China. Temos mais uma etapa pela frente e esperamos que esse momento de embarque se concretize o mais rápido possível.”

A China é um importante parceiro do agronegócio brasileiro e isso também acontece no setor do tabaco: em 2017 figurou como segundo maior país comprador do tabaco brasileiro, gerando US$ 276 milhões em divisas, o que representou 13% do total embarcado no ano. Em 2018, devido a questões logísticas e à decisão do cliente de postergar embarques para o primeiro semestre de 2019, o país figurou na terceira colocação, com US$ 165 milhões embarcados. Em 2019, voltou à segunda colocação, com US$ 383 milhões (veja mais no quadro abaixo).

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