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171 ANOS DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

VÍDEO: grupo do 25 de Julho preserva cultura do canto coral

Apresentação do Coral Fröhliche Sänger no encontro de coros da Oktoberfest no ano passado. Grupo vinculado ao Centro Cultural 25 de Julho existe desde 2013

De características marcantes, o folclore de origem alemã chama atenção e encanta quem tem a oportunidade de conhecê-lo. Em Santa Cruz Cruz do Sul, os traços germânicos são difundidos tanto na Oktoberfest quanto nos grupos de danças folclóricas, corais e sociedades. Um dos entusiastas na preservação destas características é o Coral Fröhliche Sänger, do Centro Cultural 25 de Julho, um dos únicos no município que mantém em seu repertório somente músicas alemãs.

Fundado em 2013 com o propósito de montar uma árvore cantante na tradicional celebração de Natal do 25 de Julho, um arranjo de pout-pourri com canções natalinas conhecidas foi montado, sob a regência de Celso Sehnem. O grupo formado por voluntários, todos eles vestidos de branco e com gorros vermelhos, agradou tanto a comunidade quanto os próprios cantores, que decidiram criar um coral para preservar a cultura da música tradicional germânica por meio do canto coral. Em 2014, com o nome de Fröhliche Sänger – que em alemão significa “felizes cantores” –, o coral passou por algumas variações e a vestimenta também foi alterada.


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“Foi decidido que para alcançar esse objetivo, seriam escolhidas apenas canções em língua alemã e instituiu-se como uniforme das apresentações o traje típico germânico tradicional. As músicas são escolhidas pelos próprios integrantes e trazidas como sugestões. Após, é verificado se há condição técnica ou não para ser executada em formato de coral”, explica o estudante de Engenharia Mecânica da Unisc e cantor barítono Luís Eduardo Kauffmann, de 22 anos.

Atualmente, o coral, que conta com 23 integrantes divididos em três vozes (soprano, contralto e barítono), já interpretou diversas canções tradicionais alemãs, desde as mais antigas até músicas mais recentes, com apresentações no encontro de coros da Oktoberfest. Uma das características do grupo é, sempre ao final dos ensaios, que acontecem nas noites de domingo, rezar o Pai-nosso em língua alemã. “Faz parte da tradição alemã, para que a proteção divina nos acompanhe durante a semana que está por iniciar”, enfatiza Kauffmann.

O rapaz, que ingressou ainda pequeno, aos 3 anos, no Centro Cultural 25 de Julho, como integrante do grupo Polka Mirim, destaca a importância de os jovens participarem e preservarem os traços da cultura germânica. “Os grupo folclóricos servem como mecanismos de integração para resgatar a história dos nossos antepassados. Entrei por incentivo da minha família e o que mais motiva a participar são as belíssimas celebrações culturais, o esporte e também o convívio e respeito com as pessoas que frequentam essa sociedade. Participar do Coral é algo muito gratificante, pois amo a arte da música, tanto que já faz nove anos que toco violino,” conta. “Cresci ouvindo e apreciando a maioria das músicas que hoje cantamos no coral e acredito que preservar as tradições e as características do passado, como o convívio social com os mais experientes, é fundamental.”

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Comemoração restrita por causa da pandemia

Neste sábado, 19, dia em que se comemora os 171 anos da chegada dos primeiros imigrantes alemães a Santa Cruz do Sul, a vice-diretora Cultural do Centro Cultural 25 de Julho, Celi Durante, lamenta que em razão das restrições da Covid 19, a comemoração não poderá ser realizada com a importância que a data merece. “Respeitamos, mas ficamos muito tristes por não podermos fazer um evento maior, com apresentações dos grupos de danças e outras atividades de integração. Desta forma, faremos uma singela homenagem por meio de um vídeo”, conta.

O Centro Cultural 25 de Julho, fundado em 1986 e atualmente com 300 famílias (entre associados sociais e culturais), tem como propósito resguardar e reavivar as tradições dos imigrantes alemães. “Todos os anos fazemos oficinas de bolachas com as crianças. Temos grupos de danças, grupos de corais, grupo da terceira idade e jogos germânicos dos mais variados. Fomos acostumados desde crianças a participar e a interagir com nossa cultura. Fazer estas atividades em grupo é algo muito prazeroso, que nos deixa muito felizes”, comenta Celi.

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Canção para celebrar a data

Para a celebração dos 171 anos da imigração alemã em Santa Cruz do Sul, o coral escolheu a tradicional canção Wanderschaft, mais conhecida pela primeira frase, “Das Wandern ist des Müller’s Lust”, composta em 1821 pelo poeta lírico alemão Johann Ludwig Wilhelm Müller.

“O tema do canto remete para uma antiga tradição alemã, ainda hoje presente por lá – auf Wanderschaft gehen, fazer longas caminhadas, principalmente em contato com a natureza. Antigamente, os jovens saiam auf Wanderschaft para aprender uma profissão em uma outra aldeia. Tornavam-se então aprendizes, trabalhando ao lado de um mestre em algum ofício, um Lehrmeister”, conta Luís Eduardo Kauffmann. “Assim, muito antigamente, os jovens aprendiam a ser marceneiros, padeiros, moleiros e alfaiates, entre outras tantas profissões.”

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