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ELENOR SCHNEIDER

Do antigo ao moderno

O Dia do Professor já passou, mas a existência do mestre em nossas vidas é para sempre. Todos que leem esta coluna, este jornal, tiveram na história pessoal alguém que lhes ensinou a leitura, a escrita, a soma, a divisão, a existência dos mares, dos rios, das estrelas e, por que não, dos sonhos. Alguns professores certamente eram bem qualificados; outros, apenas esforçados, fazendo o melhor possível para oferecer o ensino e a educação ao seu alcance. Mesmo com parco saber, sem formação pedagógica, sabiam da importância decisiva de seu papel na vida dos alunos.

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Cada tempo convive com a sua pedagogia, com seu modo de ensinar. Incomoda-me muito quando ouço ou leio a sumária condenação do passado, descontextualizada, por isso parcial e injusta. É como incriminar o colono porque transportava seus produtos em carroça, não em trator, porque a carroça era o meio de que poderia dispor. Sendo assim, fazia o que estava ao seu alcance.

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Grande parte dos meus estudos iniciais se sustentavam sobre decorar. Eu sabia de cor o nome dos principais rios do Brasil, das lagoas do Rio Grande do Sul, das capitais dos países da Europa e da África, de todos os municípios do nosso estado.  Raras vezes, ou nunca, olhávamos um mapa, por exemplo. Muito tempo depois, passando pelo litoral, me dei conta de que a Lagoa dos Quadros já morava na minha memória e pude aproximar um vago conceito a uma realidade palpável, visível.

O contato com o mundo real hoje começa cedo. As crianças e os jovens conhecem seu bairro, sua localidade, dão um giro pelo município para conhecer os distritos, estudam botânica observando as árvores a seu redor, estudam química misturando ingredientes para um bolo, estudam os países, os povos, olhando vídeos e imagens atraentes, vão ao supermercado aprendendo a comprar e lidar com dinheiro, dominam tecnologias, estudam línguas e muito se envolvem em outras atividades impensadas em tempos idos. Agora, nem tudo era inútil na escola antiga, porque também dela saíram líderes, empreendedores, governantes e tantos outros profissionais de sucesso.

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As classes eram de madeira, pesadas, e muitas vezes compartilhadas com um colega. Era impossível fazer um círculo para qualquer debate, seminário ou troca de informações, até porque todos sabiam as mesmas coisas e não haveria acréscimo algum. Hoje, há novos desenhos da sala de aula, há cadeiras confortáveis, em algumas já existe climatização, equipamentos modernos, celulares, tablets, ainda temos professores formados no ensino superior, conhecedores de metodologias avançadas e também do seu campo de conhecimento. Tudo evoluiu para melhor, o que não significa que todo o passado se erigiu sobre o errado ou sobre a inutilidade.

Na escola do passado, o importante era aprender a ler, escrever e fazer contas. Pouco mais do que isso era proposto pelos currículos. No interior, cursar até a quarta série era suficiente. Logo, as crianças viravam mão de obra na lavoura, que nunca entrava como conteúdo na sala de aula.

Hoje, graças aos avanços pedagógicos, a escola se constitui espaço em que os conteúdos se ampliaram, ganham sentido, apontam para os caminhos do futuro. Os desafios do professor se multiplicaram. Não importa a área de trabalho, o que ensina deve vir carregado de significação. Se assim não for, vai travar uma luta desigual com o celular e seus infindos convites à superficialidade fragmentada.

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