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Da terra e da gente

Ela dá o que falar

Pode ser difícil de aprender, pode até não ser tão bonita quanto outras, pode já ter sido defenestrada por conta de perseguições em alguns momentos históricos, onde o hoje chamado bullying fazia ver e acontecer. Pode ou podia muita coisa, mas não pode ser esquecida ou deixada de lado. Refiro-me à língua alemã, que tanto diz para nossa gente e nossa terra, onde foi falada desde o início da colonização há 170 anos, tinha até jornais (o mais famoso era o Kolonie), continua presente na comunidade, mas precisa receber seguidas injeções de valor para manter a melhor consideração, de que é, sem dúvida, meritória.

O tema é alvo do Projeto Língua & Cultura, que entrou no programa dos 170 anos de imigração alemã, coordenado pela dedicada equipe de Linha Santa Cruz, berço da colonização, e que busca o cultivo da língua por meio de temas culturais. O líder do grupo, Paulo Trinks, e a professora Lissi Bender, grande incentivadora do maior uso da língua alemã em nosso meio, manifestaram o desejo de constituir associação que trabalhe de forma contínua essa questão, que é do maior interesse da comunidade local e regional.

Esteve presente no evento, realizado no dia 4 de dezembro, na Linha Santa Cruz, a candelariense Deise Steil, que é casada com alemão e vive entre os dois países, para evidenciar como foi importante para ela conhecer a língua alemã desde a infância. Aliás, o que lhe chama atenção na Alemanha é a preocupação de envolver a criança desde cedo na leitura em alemão, o que considera relevante também para nós, tanto no ensino deste quanto do português.

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A língua alemã tinha importância já em mais de 150 reinos, ducados, principados e outras formações que constituíam a atual Alemanha e regiões germânicas na época da imigração para a nossa região, onde se destacou a vinda de renanos e pomeranos, como citou o professor Jorge Luiz da Cunha (UFSM), que veio para aquele encontro. O sempre presente professor Nasário Bohnen, hoje secretário da Fazenda, mas que já esteve na Educação, por sua vez, lembrou do empenho para inserção do idioma alemão nas escolas municipais e de projeto para torná-lo de forma oficial patrimônio cultural do município.

Outro santa-cruzense, que mora em São Paulo e nos visita a cada pouco, Kunibert Thurm, alto executivo aposentado que atuou na alemã Siemens e na americana General Electric, não cansa de falar como o conhecimento dessa língua foi determinante na sua carreira. Assim, por certo, há muitos exemplos a reverberar a relevância de valorizar esse patrimônio, como já fazem escolas municipais, Mauá, Unisc, Auf Gut Deutsch e outras, e que podem ser ampliados, pois isso diz respeito à nossa gente, fala de nós e por nós, junto com o português bem falado e escrito. Nos 170 anos de colonização, festejados em 2019, e na entrada de um novo ano, eis uma boa coisa para conversar e fazer ecoar.

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