Rádios ao vivo

Leia a Gazeta Digital

Publicidade

ECONOMIA

Empreendedorismo feminino supera obstáculos e avança no País

Foto: Alencar da Rosa

Daiane fundou a Empodere em 2017 e hoje presta consultoria e mentoria a mulheres que já empreendem ou buscam abrir o próprio negócio

Neste domingo, 19, todas as mulheres que estão à frente dos negócios comemoram o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi criada em 2014 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de reconhecer o potencial delas para movimentar a economia, bem como alcançar a igualdade de gênero, conforme prevê o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além do governo brasileiro, diversas instituições e movimentos realizam eventos para disseminar conhecimento e fomentar iniciativas.

Um deles é o Empodere, criado em 2017 por Daiane Nascimento e outras três sócias. “O nosso objetivo era reunir mulheres para falar sobre negócios e empreendedorismo feminino, que é diferente”, conta. No primeiro ano, o grupo organizava encontros mensais com palestras, conteúdos sobre o tema, troca de experiências e criação de redes de contatos, o chamado networking. A partir de 2018, quando duas das fundadoras saíram, o Empodere deixou de ser um movimento e passou a ser um empreendimento.

LEIA TAMBÉM: Painel na Exposin debate protagonismo das mulheres na democracia

Publicidade

Assim, Daiane passou a prestar consultoria e mentoria para outras mulheres que já empreendem ou pretendem fazer isso. “Acreditamos muito que quando uma mulher busca conhecimento sobre ela mesma e também sobre negócios, ela se expande.” Depois disso, quando a ideia já está definida ou mesmo o negócio já em operação, entra o networking, para fazer com que outras pessoas conheçam os produtos e/ou serviços oferecidos.

Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Meta e LinkedIn mostram que são 10,4 milhões de mulheres liderando negócios no País, o que representa 34% do total de empreendedores. “Lembrando que esses são números formais, então eles podem ser muito maiores se a gente considerar a informalidade”, observa Daiane. Os principais ramos onde elas atuam são alimentação, beleza e moda.

“Outra coisa que percebemos é que a maioria dessas mulheres são mães, então até brincamos que quando nasce uma mãe, nasce também uma empreendedora.” Essa mudança ocorre, segundo Daiane, por diversos fatores, entre eles a necessidade de estar mais perto dos filhos e conciliar a rotina entre a maternidade e o trabalho, bem como obter realização profissional e financeira. “Só de olhar para o número, nós já conseguimos ver o quanto essas mulheres são relevantes para a economia das suas cidades e do País.”

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Santa Cruz deve receber Defensoria voltada ao atendimento às mulheres

Falta de conhecimento em negócios é desafio

Para que um empreendimento tenha sucesso, seja qual for a área de atuação, é necessário conhecimento técnico sobre o produto e/ou serviço, mas é preciso saber também como funciona o mundo dos negócios. Para Daiane Nascimento, esse é um dos grandes obstáculos enfrentados pelas empreendedoras. Como exemplo, ela cita uma pessoa que por iniciativa ou necessidade começa a vender bolos e doces que costumava fazer para amigos e familiares. “Ela sabe a técnica, mas não entende de negócios, gestão, precificação, compras assertivas, vendas e marketing.”

Todas essas habilidades são vistas pela especialista como fundamentais para alcançar um resultado positivo. “Muitos desses negócios entram na estatística por falta de respostas sobre o que deve ser feito para buscar essa realização profissional que elas tanto querem.” Além disso, entram em campo as habilidades de comportamento, conhecidas como soft skills, as aptidões para lidar com emoções, sentimentos, situações e acontecimentos desafiadores no dia a dia.

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Prepare-se para o calor: seis tendências de moda com peças leves

Em relação aos perfis, Daiane afirma que são em maioria mulheres entre 25 e 40 anos que começam por três caminhos: objetivo, negócio de oportunidade ou negócio de necessidade. “Essas últimas são as que foram dispensadas e não conseguiram recolocação no mercado de trabalho, então olharam para aquilo que sabem fazer e começaram a empreender por necessidade, e não por opção.” Assim, ela orienta que se busque conhecer as próprias potencialidades, conhecimento técnico sobre o produto/serviço e também as habilidades técnicas e comportamentais citadas anteriormente.

Tudo isso em paralelo ao networking, que pode ser feito tanto em uma fila de supermercado como em eventos. “De nada adianta ter um negócio organizado e bonito se eu não conhecer pessoas e as pessoas não me conhecerem”, acrescenta. “Nós não criamos o negócio para nós mesmos, mas também para os outros.”

Publicidade

LEIA TAMBÉM: Do primeiro traço à realização: a trajetória de Mel Huwe

De vendedora a empreendedora

Por 18 anos, a hoje empresária Luci Rodrigues atuou como vendedora no varejo de vestuário feminino. Durante todo esse tempo ela nutriu a ideia de abrir o próprio negócio nesse mesmo segmento, mas ter origem humilde e poucas condições financeiras deixaram o sonho guardado por um longo tempo.

“Mesmo como coadjuvante no negócio de outras pessoas, sempre me fiz notar para alcançar meus objetivos. Observava que o mercado era – e ainda é – muito competitivo, então dava o meu máximo para me destacar e, quem sabe, realizar o meu sonho”, conta.

Publicidade

Luci Rodrigues abriu a própria loja de roupas femininas no ano passado e busca cada vez mais conhecimento sobre empreendedorismo | Foto: Divulgação

No início do ano passado, depois de tanto esperar, ela finalmente colocou a ideia em prática e abriu a loja Propositá. “Juntar dinheiro para montar o negócio, estrutura, peças, localização, redes sociais… Tudo isso demandava valores que por vezes eu nem tinha, mas não desisti”, conta.

Segundo Luci, o medo de que a iniciativa não desse certo foi paralisante e exigiu que ela repensasse comportamentos e atitudes. “Vi que precisava sentar em outras mesas e adquirir conhecimento que eu não tinha. Sempre fui ótima vendedora, mas não gestora de um negócio.”

LEIA TAMBÉM: Santa Cruz do Sul tem mais mulheres do que homens, diz IBGE

Com isso, precisou entender que não era mais coadjuvante, mas protagonista, e se ver como tal. “Acredito que todo negócio depende muito de quem o idealiza. Por isso, precisamos estar fortalecidas de conhecimento e em constante movimento, rodeadas de pessoas que têm os mesmos ideais e trocam experiências.”
Ela destaca a atuação do Empodere e de outras redes de apoio para buscar orientações e diz que acredita muito no empreendedorismo feminino. “Eu sou apaixonada pela minha loja e por quem entende o quanto ela foi desejada e feita para mulheres reais, que merecem se sentir bonitas e especiais todos os dias.”

LEIA TAMBÉM: Do luto à luta: Tati Theisen dá exemplo de superação dentro e fora do ringue

Empreendedoras em ação

No dia 28 de novembro, terça-feira, será realizada mais uma edição do Empreendedoras em ação – Conexão, sonhos e oportunidades. Organizado pela Empodere, tem como objetivo promover os dois pilares principais do movimento: conhecimento e troca de experiências. Além de Daiane Nascimento, que é mentora e estrategista de marcas e negócios, estará presente Tamara Damares, especialista em gestão para mulheres, mentora e palestrante. O evento será realizado no Tênis Clube Santa Cruz, a partir das 19 horas. Os ingressos custam R$ 87,00 e podem ser adquiridos em sympla.com.br.

LEIA MAIS REPORTAGENS DA EDITORIA ELAS

Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙

Aviso de cookies

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdos de seu interesse. Para saber mais, consulte a nossa Política de Privacidade.