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DESESPERO

“Eu larguei a minha filha viva, e trouxe ela de volta em um caixão”, diz mãe de bebê que morreu engasgada em creche

Lara nasceu em abril e morava com os pais Alyson e Dayra no Bairro Faxinal Menino Deus | Foto: Arquivo Pessoal

Uma sensação de desespero. Esse é o sentimento dos pais da pequena Lara Martins Anton, de apenas 5 meses, que morreu na última terça-feira, após engasgar com leite em uma creche particular na região central de Santa Cruz do Sul. O caso comoveu a cidade, e também alertou o poder público e as forças de segurança para a fiscalização nos estabelecimentos que cuidam dos pequenos.

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Nessa quarta-feira, 13, a Gazeta do Sul conversou com a mãe da menina. Dayra Eduarda Martins da Silveira, de 20 anos, relatou a angústia dela e do pai da criança, Alyson Yuri Soares Anton, de 21, ao receberem a notícia da morte. “Eu larguei a minha filha viva, e trouxe ela de volta em um caixão”, disse a mulher, bastante emocionada.

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O casal mora na Rua Deputado Júlio de Oliveira Vianna, no Bairro Faxinal Menino Deus. Enquanto Alyson é mecânico em uma oficina à margem da RSC-287, na altura do Bairro Renascença, Dayra trabalha em uma padaria no Centro de Santa Cruz, a menos de 2 quilômetros da creche onde deixava a filha. O fato aconteceu por volta de 17 horas de terça. A mãe foi a primeira a ser comunicada.

“Eu estava trabalhando, quando a dona da creche me ligou, falou que a Lara tinha passado mal e tinham levado ela para o hospital”, afirmou a jovem de 20 anos. Inicialmente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os bombeiros foram até a creche e tentaram realizar manobras de reanimação. Na sequência, levaram a menina até o Hospital Santa Cruz (HSC), com parada cardiorrespiratória e com sinais de aspiração de leite.

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Novas manobras de reanimação na criança foram realizadas na casa de saúde, sem sucesso. Então, os médicos efetuaram uma aspiração tubo-orotraqueal, onde se constatou secreção com característica de leite em grande quantidade. Os esforços foram mantidos na tentativa de reanimar a criança, com uma massagem cardíaca e administração de adrenalina na veia a cada três minutos, em quatro oportunidades.

A ausência de atividade cardíaca se manteve durante todo o atendimento médico. “Eu não pude entrar. Estavam tentando reanimar ela, ninguém falava nada e eu não podia acessar a emergência. Demorou um pouco, até que me chamaram em uma sala.” A notícia era a pior possível. Às 17h40 foi declarado o óbito da menina de 5 meses. Os pais de Lara Martins Anton foram então levados até o leito para verem a filha.

Busca por justiça

Dayra Eduarda contou que sua gestação aconteceu sem maiores problemas e que Lara nasceu bem. Ela colocou a filha na creche há cerca de um mês, quando terminou o seu período de licença-maternidade. “Poderiam ter cuidado dela. Em casa nunca aconteceu nada, era uma menina saudável. Larguei ela bem na creche, ela estava feliz”, disse a mãe. “Agora fica a saudade, e queremos justiça. Nada vai trazer ela de volta, mas não queremos que isso aconteça com outras crianças”, complementou Dayra.

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Os serviços fúnebres de Lara foram realizados nessa quarta e ficaram a cargo da Funerária Halmenschlager. Ela foi velada em uma capela no Cemitério Ecumênico da Paz Eterna, e sepultada no Cemitério Santo Antônio, em Santa Cruz do Sul. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do município já instaurou inquérito para apurar o caso.

Conforme a delegada Raquel Schneider, uma equipe foi até a creche e conferiu as instalações do local. Também tiveram início nessa quarta os depoimentos de profissionais do educandário. “Nesse caso, é apurado se houve alguma negligência nos cuidados. A gente vai ter que ver qual era a situação, se ela estava mamando sozinha ou se alguém estava alimentando, entre outros detalhes”, explicou a delegada. O nome da creche é mantido em total sigilo pelas autoridades policiais.

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