“Toda a nossa vida, na medida em que tem forma definida, não é nada além de uma massa de hábitos”, escreveu William James em 1892. Um hábito é tudo aquilo que acontece naturalmente, no “piloto automático”, sem que a pessoa precise parar e pensar para realizar alguma ação. Dependendo do que for, várias vezes ao dia. É diferente do que precisamos para criar um hábito e que requer atenção plena para lembrar, repetir e reforçar a prática para dar certo alguma coisa.
Charles Duhig, no livro O Poder do hábito, diz que “embora cada hábito signifique relativamente pouco por si, ao longo do tempo, as refeições que comemos, o que dizemos, se poupamos ou gastamos dinheiro, com que frequência fazemos exercício e o modo como organizamos nossos pensamentos e rotinas de trabalho tem impactos enormes na nossa saúde, produtividade, segurança financeira e felicidade”.
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Os hábitos não são inevitáveis, embora mais de 40% das ações que as pessoas realizam todos os dias sejam hábitos, não sendo, portanto, decisões de fato, conforme pesquisa da Duke University. Claro, alguns são bons e podem gerar bons furtos; outros, ruins, podem afetar o lado pessoal, profissional, financeiro, sentimental etc Mas, eles podem ser ignorados, alterados ou substituídos.
Para iniciar mudanças de hábitos, em qualquer área de nossa vida, o primeiro passo é entender que algum comportamento atual não serve mais ou é ruim mesmo e precisa ser mudado ou eliminado. Se alguém não está conseguindo realizar seus objetivos por falta de dinheiro, pode ser por vários motivos – perda de emprego ou do negócio, algum evento acidental, uma doença etc – , mas, na maior parte das vezes, por ter o hábito ruim de gastar muito, não poupar, não organizar seu dinheiro, entre outros.
Quando se fala de hábitos bons e saudáveis não se está considerando apenas em ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos, geralmente os dois mais citados. São hábitos importantes, mas existem outros: como vivemos, como cuidamos do nosso emocional, dos nossos objetivos e, certamente, do nosso o dinheiro. Hábitos financeiros saudáveis permitem fazer melhores escolhas, garantindo uma vida mais tranquila e com a realização de objetivos.
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Uma teoria ou crença sugere que são necessários 21 dias para alguém começar a sentir os efeitos da mudança desejada no comportamento. Já um estudo recente da Universidade do Sul da Austrália e publicado na revista científica Healthcare, aponta que novos hábitos levam ao menos dois meses para se enraizar; alguns deles, podem demorar até um ano para entrar na rotina. Na prática, muitas pessoas passam meses indo à academia, já internalizaram o hábito, percebendo melhoras no corpo e na saúde, e, de um dia para outro, param de ir. Novos hábitos requerem perseverança, disciplina e interesse em continuar a sua prática.
A colunista do site Dinheirama, Simone Costa, destaca 5 hábitos importantes que deveriam ser observados para que se tenha uma vida financeira mais próspera:
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- 1º) Olhar para suas finanças: parece tão óbvio, mas raramente se faz isso; mesmo que as pessoas enfrentem situações complicadas, tendo consciência que tem pontos a melhorar em suas finanças, não param nem refletem a respeito: muitos não sabem quanto ganham nem onde gastam seu dinheiro, limitando-se a receber o salário ou a renda e pagar contas. Fazer um diagnóstico da situação financeira: durante 30 ou até 60 dias anotar todas as despesas; simultaneamente, fazer um levantamento do patrimônio e das dívidas.
- 2º) Organizar seu dinheiro: sabendo qual é a renda, quais os gastos, o que pode ser reduzido ou cortado, quais são as dívidas, o que gostaria de fazer com o seu dinheiro (sonhos, objetivos etc) está na hora de organizar isso, através de um orçamento doméstico.
- 3º) Ter objetivos: muita gente não poupa porque não tem objetivos ou metas claras para as quais pretende usar seu dinheiro; essas metas ou objetivos precisam ser específicas, com datas e custos e, principalmente, de onde vai retirar o dinheiro para a sua realização.
- 4º) Pagar-se primeiro: antes de efetuar qualquer pagamento de despesas, priorizar os valores previstos para cada um dos objetivos ou metas estabelecidas que podem ser identificadas como longevidade (aposentadoria), realização de sonhos e eliminação de dívidas; por isso, a DSOP Educação Financeira sugere a fórmula inovadora de Ganhos (-) Longevidade (-) sonhos (-) Compromissos/prestações assumidas (-) Reserva estratégica para imprevistos, ficando o restante para as despesas normais (o padrão de vida).
- 5º) Fazer mais dinheiro: pode parecer exagero ou algo muito difícil; avaliar a possibilidade de vender algo ou oferecer serviços de alguma atividade que saiba fazer bem.
Hoje, já se sabe que, geralmente, os problemas financeiros não são só decorrentes de baixos salários/rendas ou de crises econômicas do país, embora, em alguns casos, isso seja verdade. Tanto assim que até pessoas com receitas acima da média também tem dificuldades até para pagar suas contas mais essenciais, quem dirá conseguir acumular algum patrimônio. Muitos problemas financeiros ocorrem simplesmente pelo fato de as pessoas repetirem hábitos prejudiciais quando se trata de dinheiro: não elaborar e acompanhar um orçamento pessoal ou familiar, comprar por impulso, não definir objetivos financeiros, não poupar, não planejar seus investimentos etc são alguns deles.
O sucesso financeiro não depende do quanto se ganha, mas de como se lida com o que se ganha. Esse é um hábito que pode ser aprendido. Pode não ser necessariamente fácil, nem rápido, nem sempre simples. Como escrever o nome com a mão trocada. Mas é possível. Se alguém acredita que pode mudar – e faz disso um hábito – a mudança desejada se torna real.
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