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LUÍS FERNANDO FERREIRA

Mais cedo ou mais tarde

Sozinho no mar, um velho pescador trava um combate intenso. Durante três dias, ele luta com o maior peixe que já encontrou na vida. Santiago já não tem o vigor físico necessário para esse confronto, mas não lhe faltam experiência e vontade. Pena que um animal tão extraordinário tenha aparecido só agora, que ele está idoso. Mas não inteiramente.

“Tudo nele era velho, menos os olhos, que eram da cor do mar e alegres e não vencidos.” É o bastante para que enfrente inclusive os tubarões que se interpõem entre ele e seu objetivo. Santiago é o herói de O velho e o mar, clássico do escritor norte-americano Ernest Hemingway, um homem que não se rende e pode até ser destruído, “mas não derrotado”. Nem por um peixe, nem pelo tempo. Sua luta também é contra as limitações que a passagem dos anos ameaça lhe impor. O que será um desafio para todos, mais cedo ou mais tarde.

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Hemingway e Santiago vêm à mente por ocasião de mais um 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso (no próximo domingo), estabelecido pela ONU. Tema importante, pois o mundo está envelhecendo. No Brasil, pesquisa recente do IBGE apontou que, em uma década, o total de habitantes com 60 anos ou mais avançou de 11,3% para 14,7% da população. Significa um aumento de cerca de 9 milhões de idosos no País.

É de se perguntar se o Brasil está preparado para oferecer uma vida digna aos mais velhos. Ou, no mínimo, interessado. Nos cinco primeiros meses de 2023, o Disque 100, canal do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, recebeu 47 mil denúncias de violência contra idosos. Comparado ao mesmo período de 2022, o aumento é de 57%. Ser idoso é, por vezes, enfrentar maus-tratos, preconceito, abandono, exploração financeira e outras mazelas.

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Lei federal, o Estatuto do Idoso diz: “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.”

Quando você envelhecer, torça para que seja em um país que respeite essa lei.

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