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Noz pecã vira alternativa de renda para família do interior de Sobradinho

Aline, Ivonildo e Dalma compartilham amor pelas tradições e pelo campo | Foto: Katieli Kohls/Gazeta da Serra

Eles compartilham momentos, alegrias, tristezas, sonhos, empreendimentos… Assim é a família Lisboa, que atualmente vê o esforço do patriarca Ivonildo Lisboa, 68 anos, convertido em alternativa de renda. Após a aposentadoria, ele decidiu buscar um lugar tranquilo, onde pudesse contemplar a natureza, e foi em Linha Central, interior de Sobradinho, que encontrou um paraíso.

Instalado em seu sítio, decidiu investir na produção de noz pecã (ou noz pecan). Quando as plantas tiveram contato com as terras da família a intenção era ser apenas um hobby, mas agora, 12 anos depois, unem os Lisboa nesse novo negócio.

Na produção de quase dois hectares, Ivonildo conta com o apoio da esposa Dalma Lisboa, dos filhos Aline e Alan, e do genro Anderson Mateus da Silva. Seu Ivonildo destaca que a ideia inicial era plantar noz pecã para o consumo próprio da família, mas agora a produção começou a render lucrativamente. O negócio é uma alternativa para o grupo familiar, que possui outras atividades e atualmente não vive exclusivamente da produção de nogueira-pecã.

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“Foi plantado sem muita expectativa de gerar renda, mas chega ao ponto que ela gera renda e dá para viver em uma propriedade pequena da noz pecã, claro, com planejamento, embora essa não seja a intenção, por enquanto. E outra coisa, a noz pecã não impede a produção de outra cultura. É preciso buscar uma alternativa para as propriedades”, aconselha Ivonildo. 

Conforme ele, investir em noz pecã é um projeto a longo prazo. Depois de mais de uma década, a família está conseguindo, em 2021, colher praticamente a primeira produção, colheita que iniciou no fim do mês de março e será concluída no fim de junho. Eles esperam colher aproximadamente 1.200 quilos.

O agricultor frisa que o Brasil deixa de exportar uma grande quantidade de noz por não ter produção suficiente. “Da noz pecã sai uma gama de produtos muito grande, se sobrasse seria feito azeite de primeiríssima qualidade. Não existe expectativa de sobrar produção”, ressalta.

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A família Lisboa é a maior produtora de noz pecã em Sobradinho e realiza o trabalho todo manualmente. Eles destacam que o manejo é fácil e o custo para manter o pomar é pequeno, não chegando a 5% em relação à produção.

Na propriedade há quatro variedades e é preciso observar com cuidado o ponto certo para a colheita, que é feita de forma tradicional, quando uma lona é estendida embaixo dos pés e os galhos são chacoalhados com uma taquara.

O descascamento também é feito manualmente, envolvendo um trabalho de muito amor e dedicação. “Eu me sinto muito bem quando estou lidando com a noz pecã, lá na hora da colheita, até a própria hora de descascar”, enfatiza Ivonildo.

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Dalma salienta que além de comercializar a noz descascada e com casca, também estão sendo vendidas trufas, cri-cri, rapadura, bolos, cookies… “Está tendo uma saída muito boa. Eu gosto de fazer essas coisas, então é muito bom ver que está dando certo”, disse.

Aline explica que a ideia de produzir esses doces vem da questão de que algumas nozes quebram na hora da colheita e, desta forma, passam a ser aproveitadas. Ela conta ainda que a casca é usada para fazer pacotinhos de chás, que também são comercializados.

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“A gente prima pela qualidade. Principalmente tratando-se de um alimento, isso é superimportante”, destaca Ivonildo.

Casal apresenta produções a partir da noz | Foto: Katieli Kohls/Gazeta da Serra

Aline acredita que muitas pessoas não investem nessa cultura devido à demora para iniciar a produção e o retorno financeiro, mas, segundo ela, mesmo assim é uma grande alternativa, principalmente para a agricultura familiar. “Acho que as pessoas demoram para acreditar na diversificação”, pontua.

Ela realça ainda o quanto a agricultura familiar é importante para o município de Sobradinho. “Aqui vamos faturar para nós, mas vamos ajudar muito o município, por isso, é importante valorizar a agricultura familiar”, acrescenta.

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De acordo com dados do escritório da Emater de Sobradinho, no município são em torno de 3,5 hectares destinados à produção de noz pecã e apenas três produtores dedicam-se a esse cultivo.

A internet está auxiliando nas vendas. Aline conta que encomendas já foram encaminhadas para fora do Estado e a noz pecã da família Lisboa já está em todo Brasil. Para o envio, o produto é embalado a vácuo, o que, segundo ela, melhora a embalagem e a durabilidade. “Os pedidos são recebidos pela internet e entregues na região em Sobradinho, Arroio do Tigre e Passa Sete, e nos demais municípios está sendo enviado via Correios”, enfatiza.

Para o futuro a família pretende replantar alguns pés e fazer um tratamento necessário para ter uma produção maior e uma melhor qualidade. “Vamos aumentando conforme vamos conseguindo”, aponta Aline, destacando, com bom humor, que o pai já entregou a produção para ela e o irmão.

Ivonildo ainda salienta que é possível levar uma vida tranquila e digna investindo na noz pecã. “Sempre procurei passar isso aos meus filhos, ninguém precisa ser rico, mas viver com dignidade é o suficiente, viver com um trabalho honesto, e é isso que espero da minha família”, evidencia.

O agricultor colocou sua propriedade à disposição para a visitação de interessados em conhecer a produção de noz pecã: “Se alguém quiser visitar, seguindo as medidas preventivas da pandemia, vamos estar recebendo para mostrar a produção, e aquilo que eu aprendi nesses anos gostaria de passar para outras pessoas. Elas terão um retorno muito bom e a tendência do cultivo da noz pecã na região é só aumentar”.

Para adquirir os produtos da Lisboa & Filhos – Noz Pecan é só entrar em contato com a Aline através do telefone (51) 9.9729-1974 ou encontrar a família pelas redes sociais, no Facebook (Lisboa & Filhos – Noz Pecan) ou pelo Instagram (lisboaefilhosnozpecan).

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