No quase distanciado dezembro de 2004, após os trâmites normais dos concursos públicos, fui admitido como servidor da Fepam, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler. Hoje, estimado leitor, convido-o para me acompanhar no agradecimento a esta instituição que honra o nome de seu patrono, o destemido ambientalista Henrique Luiz Roessler (1896-1963).
A pioneira União Protetora da Natureza (UPN) foi criada por ele, já no ano de 1955. Entre 1957 e 1963, escreveu 301 crônicas que mobilizaram a sociedade em favor da causa ambiental. É dele o juramento: “Juro solenemente, como filho do Brasil, orgulhoso de suas belezas e riquezas, zelar pelas flores, sítios e campos, protegendo-os contra o fogo e a devastação, fomentar o reflorestamento, conservar a fertilidade do solo, a pureza das águas e a perenidade das fontes e impedir o extermínio dos animais silvestres, aves e peixes.”
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Assim, transitados os anos, se faz uníssono o agradecimento à nossa casa Fepam e aos colegas pelo convívio exercitado em diferentes áreas, como mineração, recursos hídricos e planejamento, condição estendida aos grupos de trabalho, entre os quais os que se ativeram aos indicadores de biodiversidade e Zoneamento Ecológico Econômico do Rio Grande do Sul. Guardarei na memória os licenciamentos e pareceres, as vistorias, prestações de contas e execução de tarefas, pertinentes à condição de geólogo analista ambiental, desenvolvidas tanto na sede, em Porto Alegre, quanto na regional de Santa Cruz do Sul ou nas incursões Estado adentro.
Foi motivador integrar a comissão editorial da “FEPAM em Revista 30 anos” e alentadora a boa receptividade à obra FEPAM, raízes, trincheira e farol (Editora Gazeta, 2019). Oportuniza-se agradecer pela acolhida a cada retorno, a exemplo da ocasião em que fomos demitidos da presidência da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, por tê-la defendido contra sua extinção.
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Se grato aos colegas, às chefias e coordenações, o mesmo reconhecimento se estende a todos que compõem o Sistema Ambiental, o que inclui toda a comunidade gaúcha. Comunidade que, crescentemente, compreende e reconhece que um bom e zeloso licenciamento ambiental qualifica e acrescenta valor ao empreendimento ou à atividade autorizada. Todavia, potentes investidas desconstituidoras não cessam.
Onde fica a precaução?
O autolicenciamento ambiental, entre outras flexibilizações, atenta contra o futuro de todos. Depois de tantos anos de lutas, logo após uma COP, e em pleno tempo de mudanças climáticas, como entender e aceitar que a Sustentabilidade seja utilizada para justificar um desenvolvimento distanciado da necessária precaução ambiental?
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Ainda maior empenho
Ao invés de desanimar ou nos conformar, sigamos ainda mais determinados na procura e na luta por uma “Terra sem males”. No dia 28 de novembro, durante o 1º Seminário de Literatura e (seus) temas contemporâneos, coordenado pela acadêmica Marli Silveira e realizado em Rio Pardo, o Guarani Verá Tupã, que também atende pelo nome de Gerônimo Franco, professor da Aldeia Ivy Poty, de Barra do Ribeiro (RS) e professor bilíngue da Ufrgs, já para o final de sua brilhante palestra, nos ensinou: “não sei onde se encontra exatamente a Terra Sem Males, mas nunca devemos desistir de procurá-la.”
Conselho de gestão socioambiental
Nesta quarta-feira, 10, às 11 horas, na sala de reuniões da Secretaria de Planejamento, nos encontramos para a 12ª reunião ordinária pública deste ano.
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