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OBJETIVA MENTE

Padrão de exigência

Qual a dose certa que devemos exigir de nossos filhos? “É melhor pecar por excesso do que por falta.” “Quanto mais cobrar, melhor para o futuro da criança.” “É melhor exigir desde pequeno para se acostumar com a vida.” Será?

Essas e tantas outras crenças permeiam a cabeça dos pais. Encontrar o equilíbrio que motive as crianças a fazerem seu melhor e se superarem sem torná-las perfeccionistas ou inseguras é um enorme desafio.

O perfeccionismo é visto por muitos como uma qualidade. Mas quando começa a trazer prejuízo funcional ou sofrimento para a criança, se transforma num martírio. Infelizmente, muitas vezes ele começa dentro da própria casa devido ao alto padrão de exigência dos pais ou pelos excessos de críticas. Nesses casos ouvimos coisas como: “Tirou 9? Por que não tirou 10?”. “Tirou 10? Não fez mais nada que a obrigação.” Nesses exemplos, fica implícito que na melhor das hipóteses a criança vai atender às expectativas dos pais. Mas e a criança? Ela gostou da nota? Ela achou justa? Ela se esforçou o suficiente para tirar essa nota? O que ela poderia fazer melhor para ter um melhor desempenho? Talvez esses seriam questionamentos mais adequados pois buscam com que a criança possa avaliar seu próprio desempenho e que ela possa descobrir como melhorar, gerando motivação.

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Um efeito colateral da superexigência é a desistência da criança em tentar atingir os patamares dificilmente atingíveis que os pais acabam criando. Nesse cenário, podemos observar crianças desmotivadas ou excessivamente inseguras. E quanto pior ela vai, mais os pais cobram, gerando um ciclo vicioso que muitas vezes acaba em evasão escolar ou transtornos psiquiátricos.

Existe algo que também costuma ser negativo no estabelecimento de padrões de exigência, que é o uso excessivo e inadequado de elogios. Elogios são ótimos. Todo mundo gosta de recebê-los. Mas devemos nos focar no processo e no resultado antes de insuflar a criança de elogios. Exemplo: seu filho tirou 10 na prova. Palmas para ele. Tirou 10 sem estudar.

Que menino inteligente. Colou e não foi pego? Garoto esperto. Se você valorizar somente o resultado, você estará reforçando que a nota é o que importa. Provavelmente, quando ele tiver uma prova mais difícil, não irá tão bem sem estudar. Mas estudar para quê? Isso não foi valorizado.

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O adequado seria avaliarmos o resultado e como ele chegou lá antes de batermos palmas. Estudou e foi bem? Muitas palmas. Estudou e foi mal? Mérito pelo esforço e podemos tentar encontrar uma forma de melhorar. Existem estudos que mostram que crianças com um desempenho muito acima da média nos anos inicias da escola vão perdendo desempenho (boas notas sem esforço), ao passo que crianças com mais dificuldades tendem a evoluir, pois precisam se esforçar mais.
Recomendo que o padrão de exigência da criança (e dos pais) seja focado no processo e não somente no resultado. É mais benéfico e causa menos sofrimento.

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