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DA TERRA E DA GENTE

Papos orgânicos

O evento epidêmico que vivemos leva a buscar opções mais saudáveis no nosso dia a dia, em particular na nutrição. Nesta hora, entra em especial consideração o consumo de produtos naturais, os hortifruti, e ganham relevância, além do maior direcionamento para estes itens nos mercados, as nossas feiras rurais em Santa Cruz do Sul, que já chegam a quatro décadas de história neste ano. No contexto, vivo a experiência próxima da feira orgânica instalada há menos tempo no Bairro Santo Inácio (inclusive agora em prédio novo) e toda uma aura diferenciada de compra que se instala neste ambiente.

Os dias de feira tornam-se momentos peculiares de interação e troca de experiências e informações entre produtor e cliente, que só se tornam possíveis nesta relação direta entre quem produziu e vende e o comprador, e que se expande para o terreno da amizade e da intimidade. Quem vai adquirir sente-se à vontade para, sem alguém perguntar, expor suas razões de compra, por que vai querer isto ou aquilo e por que naquela quantidade, diante de quantos há em casa e do que gostam ou não.

Parece haver uma necessidade “orgânica” das pessoas em falar e deixar claro por que fazem assim e não assado, ou deixam de fazêlo. De outra parte, expressam a todo momento suas curiosidades em saber mais sobre determinados produtos, a forma de produção, e em dirimirem dúvidas que se apresentam diante da diversidade de opções, que até se amplia. Assim, surgem os questionamentos mais variados, como: “Isto é rúcula?”; “Não” – vem a resposta; “É azedinha!” – que, de fato, é bem parecida com aquela.

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Os produtores, por sua vez, oferecem, com a maior boa vontade e bom humor, as informações e explicações, como a chefe Ane Lore Schweickardt, da Linha João Alves, ao esclarecer, por exemplo, por que apareciam algumas manchas nas bordas das folhas de alface. Teria havido aplicação um pouco excessiva de um fermentado natural, o que, no entanto, não representaria nenhum problema. Lembrou que já houve, em evento no setor, quem até tomasse o produto exposto numa garrafa, achando que fosse suco. Teria dito que apenas estranhou o gosto, mas não lhe fez mal e desceu bem (quem sabe ajudou o fato de a fórmula incluir pequena dose de cachaça…).

Já seu Kist, do Pinheiral, que também gosta de um bom papo, traz produtos diferentes, como arnica, que em um momento é flor e em outro remédio para tratar dor e inflamações. Seu Frantz (o mais novo, de São Martinho, pois o de idade mais avançada, da Linha Santa Cruz, precisou se afastar um tempo por esta condição) expõe frutas, como banana, em que investiu há muitos anos e hoje pode oferecer o ano inteiro, e abacate de um pé que produziu 400 quilos após receber um estímulo natural de calda sulfocálcica. Na verdade, em contraposição ao período difícil, todos notam com ânimo que a procura por seus produtos aumenta e, assim, expandem sua bela relação com o consumidor urbano mais consciente, e podem lhe ser úteis em um ponto essencial: a boa alimentação e a tão desejada saúde.

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