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FALANDO EM DINHEIRO

Planejamento financeiro para 2022

Na passagem de ano ou, no mais tardar, nos primeiros dias de janeiro, é comum as pessoas comentarem ou relacionarem desejos e metas que pretendem alcançar ao longo do ano. Iniciar alguma dieta, deixar algum hábito nocivo ou adotar outro saudável, mudar de emprego, iniciar algum negócio próprio, enfim, são inúmeras as possibilidades; claro, não podem faltar o pagamento das dívidas, a organização das contas e um planejamento financeiro.

A consultoria especializada em Marketing de Conteúdo, a Web Estratégica, apontou que, depois de informações sobre esporte, despesas e dinheiro foram os assuntos mais buscados pelos brasileiros no Google, na primeira semana de 2022. A análise mostra que, mesmo que a paixão pelo esporte esteja em evidência, a população está muito preocupada com questões financeiras, principalmente pelo contexto da pandemia, do desemprego e da inflação.

Com o desenrolar dos primeiros dias do ano novo, muitas vezes os desejos ou metas imaginadas ou verbalizadas são deixadas para amanhã, para a semana que vem, para depois do Carnaval… Até que são esquecidas completamente. É a procrastinação que significa o adiamento de alguma tarefa ou providência, em qualquer área de nossa vida. Embora seja considerada normal, dependendo do grau, a procrastinação pode gerar problemas – estresse, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha -, além de outras consequências, como, por exemplo, o avanço de uma doença por falta de consulta ou acompanhamento médico.  

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Nas finanças, a procrastinação também pode ser desastrosa, favorecendo a ocorrência de dívidas. Afinal, sem um mínimo de organização fica mais fácil esquecer de pagar alguma conta, o que gera acréscimos de juros e multas, sem contar, eventualmente, a perda de dinheiro no caso de boletos que oferecem descontos para o pagamento até a data de vencimento.

Autoconhecimento é um bom começo para descobrir o motivo da procrastinação. Seria por falta de conhecimento, rendimento baixo, gastos acima da capacidade de pagamento, falta de organização ou ausência de vontade, achando que não tem jeito para lidar com as finanças? Na internet, existem vários cursos de educação financeira, muitos oferecidos gratuitamente. Em alguns casos, talvez seja o caso de contratar serviços de assessoramento financeiro.

Na área financeira sempre existem preocupações e desejos de realizar alguns objetivos. Uma “faxina” nas contas pode ajudar a começar um ano novo mais organizado. Reinaldo Domingos, educador financeiro e mentor da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, diz que é preciso organizar as finanças e, principalmente, mudar o comportamento, através de mudanças nos hábitos. Para começar, Reinaldo recomenda alguns passos:

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1º) relacionar todos os compromissos previstos nos próximos 12 meses, inclusive aniversários e datas comemorativas que demandam dinheiro para a compra de presentes; aluguel ou prestação de financiamento; condomínio,  IPTU, IPVA, etc; eventuais parcelas de compras a prazo também deverão ser registradas no respectivo mês de vencimento;

2º) conversar com todos os integrantes da família, o que inclui as crianças e outras pessoas que fazem parte do grupo, como pais e sogros, para conhecer os sonhos individuais e coletivos; o desejo de realizar sonhos muda a forma de lidar com o dinheiro;

3º) fazer um diagnóstico financeiro: anotar, durante um mês – se a renda pessoal ou familiar for fixa – ou durante três meses – se a renda for variável -, o valor de todos os desembolsos efetuados, organizando-os por grupos (despesa com a residência, instrução, pessoal, com cada filho/filha, veículos, outros), o que permite visualizar o quanto e onde está  sendo gasto cada centavo da renda pessoal ou familiar; a partir desse diagnóstico é possível negociar ajustes entre os familiares, diminuir gastos, eliminar desperdícios;  

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4º) elaborar um orçamento financeiro mensal, substituindo a velha fórmula Ganhos (-) Despesas = Sobra/Falta pela fórmula inovadora da metodologia DSOP: Ganhos (-) Sonhos (-) Dívidas (-) Reserva estratégica = Despesas normais (é o padrão de vida); neste passo, a família verifica quanto custam cada um dos sonhos que desejam realizar, levantados no passo 2, conforme cotação efetuada através de  pesquisas de mercado; definidos os valores, estabelecem quanto poderão aportar mensalmente para a finalidade e o prazo de realização;  na planilha serão  lançados os valores que serão apartados, mensalmente, para a realização de sonhos; da mesma forma, são lançadas as dívidas já existentes e o valor de uma reserva estratégica para enfrentar algum imprevisto; por último, são lançados os valores das despesas;

5º) os valores apartados para a realização de sonhos devem ser aplicados em ativos de investimento, existentes no mercado, de acordo com o prazo de realização de cada sonho: os de curto prazo (até um ano), aplicar em caderneta de poupança; os de médio prazo (de um a dez anos), em CDBs, Tesouro Direto, Fundos de Investimento; e os de longo prazo (acima de dez anos) em Tesouro Direto, previdência privada e ações.

A inflação anual de 2021 que passou de 10% deve recuar, não ainda ao teto da meta do Banco Central de 5,25%, de acordo com previsões de economistas e instituições especializadas. Mas, juntando a isso a eleição de outubro e misturando tudo, parece que está se formando um ambiente para a tempestade perfeita. Neste contexto, com dívidas e sentindo os efeitos da inflação alta, os brasileiros começam 2022 angustiados com a sua situação financeira.

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É hora, então, de fazer a sua parte. Albert Einstein já dizia que “é insanidade continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. A vida só muda quando a pessoa muda, por iniciativa própria ou pelas circunstâncias. Reinaldo Domingos vai nessa mesma linha, escrevendo que  “não dá para esperar um ano diferente se continuar agindo igual”.  Neste diferente, Reinaldo insiste que as pessoas resgatem da infância o hábito de sonhar com o que tem verdadeiro valor. O vencedor do filme do Globo de Ouro 2022 – Tick, Tick…Boom! – mostra que não há idade para sonhar. Tendo presente, sempre, o sonho ou um objetivo maior que se quer realizar – uma casa, um carro, uma viagem, a liquidação de uma ou mais dívidas, etc – fica mais fácil abrir mão de algum gasto desnecessário ou até supérfluo e  poupar. Planejar-se financeiramente não significa abdicar de seus sonhos, mas apenas preparar-se para realizá-los.

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