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LISSI BENDER

Primavera na vida cultural e natural

“Was der Frühling nicht sät,
kann der Sommer nicht reifen,
der Herbst nicht ernten,
der Winter nicht genießen.”

“O que a primavera não semeia,
O verão não poderá amadurecer,
O outono não poderá colher,
O inverno não poderá usufruir.”

Johann Gottfried von Herder

As chuvas dos últimos meses lavaram os sinais de inverno e abriram passagem para a renovação da vida. Sol a saúda gradativamente mais cedo e mais quente. Árvores despertaram do sono invernal, vestiram-se de folhas tenras, viçosas. Algumas acordaram mais cedo, outras mais tarde, como o angico, o araticum, o louro. Também o ouriço e o lagarto já despertaram dos longos meses de hibernação. Aves migratórias saúdam com seu canto sua nova e temporária morada. Campinas verdejantes, aromas de florescência no ar. Frutas silvestres – jabuticabas, amoras, pitangas, cerejas… – oferecem abundante banquete graciosamente. Aves diligentes e incansáveis preparam berços para a acolhida de novas vidas.

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No mundo urbano, a renovação da vida é menos perceptível do que em meio ao mundo em que a natureza marca mais intensamente sua presença. Também em diferentes culturas há muitas palavras que remetem para a importância da primavera na vida das pessoas. Cito algumas da cultura alemã: Frühlingsfrische/ frescor primaveril; – Frühlingserwachen/despertar da primavera; – Frühlingsboten/mensageiros da primavera; – Frühlingsduft/ aroma primaveril; – Frühlingsfülle/abundância primaveril; – Frühjahrsputz/faxina de primavera; – Frühlingsgefühle/sensações primaveris; – Frühlingsklang/som da primavera; – Frühlingsfeste/festas de primavera; Frühlingssegen/ bênçãos da primavera.

Na colônia, agora é tempo de semear, de plantar, de colher. Mãos diligentes fazem a terra brotar em abundância de vida. Diferentemente de outros espaços rurais, a expressão Kolonie/Kolonist – colônia/colono – faz referência a uma forma específica, histórica e diferenciada de ocupação do solo. Áreas de terra foram destinadas a imigrantes de origem germânica, para que as famílias nelas se dedicassem ao seu cultivo. Ali eles, e seus descendentes, imbricaram seu conhecimento de mundo, seu trabalho, sua cultura.

Sobre o colono (Bauer ou Landwirt), existem muitos ditos populares. Aqui insiro alguns referentes ao seu trabalho na terra. A maioria rima no original: Die Bauern brauchen festen Mut, denn vielen geht es gar nicht gut/ Os colonos precisam de ânimo persistente, pois para muitos a vida não é fácil; – Wächst der Tabak wie verrückt, die Menge auf die Preise drückt. – Quando o tabaco cresce adoidado, a grande quantidade pressiona os preços para baixo; – Sind die Tabakblätter schmal und klein, kann es nur vom Wetter sein; – Se as folhas do tabaco são estreitas e pequenas, só pode ser por causa do clima; Kartoffelknollen, groß und dick, sind des Bauern Glück – Batatas graúdas e redondas felicitam o colono. E, para finalizar, um pensamento do escritor alemão Peter Bamm: “Aus den Träumen des Frühlings wird im Herbst Marmelade gemacht” – Dos sonhos da primavera é feita a Schmier no outono.

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