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SEMANA DA INDÚSTRIA

Painel aponta os desafios da internacionalização; confira a atração desta quinta

Foto: Rafaelly Machado

Ortiz: vocação para a exportação está na origem da Imply e foi potencializada com a criação de rede de distribuidores pelo mundo

Das 19 milhões de empresas ativas em 2022 no Brasil, somente 0,1% (30,9 mil) comercializam seus produtos para outros países. O dado do Ministério da Economia revela um potencial subaproveitado pelos empreendedores brasileiros. Na contramão disso, porém, algumas organizações da região, fora dos tradicionais segmentos exportadores, vêm ampliando cada vez mais a presença no mercado global.

Nessa quarta-feira, 25, dois cases bem-sucedidos de internacionalização foram apresentados no segundo dia da Semana da Indústria de Santa Cruz do Sul. Um deles é o da Venâncio Metalúrgica, que é líder nacional no setor de equipamentos de uso gastronômico e, nos últimos cinco anos, apostou forte nas exportações.

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O painel foi conduzido pelo fundador, Marcelo Campos. Criada em Venâncio Aires em 1999, a empresa inicialmente tinha uma parcela pouco expressiva do faturamento originada de exportações. Isso começou a mudar em 2006, quando lançou-se nos Estados Unidos, atenta à forte demanda por produtos como fritadeiras e fogões industriais de parte de estabelecimentos de fast-food. O projeto, porém, teve que ser abandonado três anos depois, em função das consequências da crise financeira dos Estados Unidos e forte valorização do real frente ao dólar.

Quase uma década depois, em 2018, a Venâncio decidiu que era momento de investir novamente no mercado norte-americano. Para isso, no entanto, foi preciso investir. Além de alugar um depósito e contratar uma equipe na Flórida, a fábrica na Capital do Chimarrão teve de ser reestruturada para que os produtos pudessem ser adaptados ao que os clientes do outro país desejavam. Com financiamentos buscados junto a órgãos como o BRDE, foram aportados cerca de US$ 50 milhões em equipamentos ao longo de três anos. “Nos EUA, todos os produtos têm que ser certificados. Ninguém pode colocar um produto em um restaurante que não tenha o selo de certificação”, contou.

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Exitosa, a expansão representou um salto para a companhia. Hoje, além de Miami, a empresa tem uma unidade no Texas. No ano passado, as exportações representaram 22% do faturamento. Embora atendam diversos países, os EUA respondem por 90% dessa demanda: atualmente, dois contêineres são embarcados para o país todos os dias e a meta é chegar a quatro até o fim do ano. Recentemente, a empresa participou da principal feira do setor em nível mundial, na cidade de Chicago. “Foram dois anos de trabalho árduo, mas hoje realmente estamos colhendo os frutos. Em 2021, crescemos em torno de 25% e este ano queremos repetir esse crescimento ou mais.”

Com 1,1 mil colaboradores e uma planta de 55 mil metros quadrados, a projeção é de que, no ano que vem, 45% do faturamento seja oriundo de exportações. O principal entrave, segundo Campos, é logístico. A companhia utiliza o Porto de Rio Grande e os três terminais de Santa Catarina, mas as dificuldades são grandes. “O frete da China para os EUA está baixando e o nosso está subindo. Isso é um problema sério.”

Feiras e marca global: como a Imply chegou a 125 países em só 19 anos

Outro case apresentado foi o da Imply, principal marca do setor de tecnologia na região. Voltada desde a fundação para o mercado internacional – modelo conhecido como born global –, a empresa, em apenas 19 anos de existência, já conquistou presença em 125 países.

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No painel, o CEO Tironi Ortiz relatou a primeira venda da companhia para o exterior – uma pista de boliche para um cliente na Espanha. Embora tenha enfrentado dificuldades, a negociação marcou o início da criação de uma rede de distribuidores que auxiliam a inserir os produtos da empresa em mercados de perfis distintos, como Arábia Saudita, República Dominicana, França e Alemanha.

Uma das estratégias citadas por ele para viabilizar essa rápida expansão é a presença constante em feiras, ainda que isso implique em custos elevados. Outra envolve o site da empresa, que é traduzido para vários idiomas. “Quando entramos no mercado, havia uma desconfiança com os produtos fabricados na América Latina. O ‘imply.com.br’ era um empecilho. Mas quando escolhemos o nome da empresa, o domínio ‘.com’ já estava ocupado por um americano. Passamos dois ou três anos tentando comprar e, quando sobrou um dinheiro em caixa, compramos. Isso é importante justamente para mostrar que somos uma empresa global”, observou.

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Com cerca de 200 colaboradores, a Imply tem em seu portfólio, além das pistas de boliche, produtos como painéis, terminais de autoatendimento e sistemas de gerenciamento de controle de acesso e bilhetagem. Forneceu, por exemplo, sistemas para diversas arenas na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Também é fornecedora de terminais para o transporte público em São Paulo, atendendo 5,5 milhões de usuários de metrô e ônibus todos os dias.

Conforme Ortiz, o principal desafio do setor atualmente é a escassez de mão de obra, sobretudo de desenvolvedores. Muitos profissionais acabam por se empregar em empresas de países como Estados Unidos, Austrália e Canadá, atraídos por salários em dólar e pela possibilidade de trabalhar em regime de home office.

Futuro da indústria é tema do último dia

O último dia de programação da Semana da Indústria começa às 19h30, no auditório da TecnoUnisc, no bloco 19. Na pauta, o futuro do setor. O doutor em Ciências da Computação e professor da Unisc Leonel Tedesco apresentará o painel “Indústria 4.0 – Onde estamos e os desafios para chegar lá”. Na sequência, o consultor do Sebrae Fábio Guerra, que é especialista em Marketing Estratégico e Gestão Estratégica de Vendas, abordará o tema “Novas tecnologias e futurismo”, com a mediação do diretor de Inovação e Empreendedorismo da Unisc, Rafael Kirst.

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Mais informações podem ser obtidas diretamente na Associação Comercial e Industrial (ACI) ou pelo telefone/WhatsApp 3713 1400. Além da ACI, são realizadores da Semana da Indústria a Fiergs, Senai, Sesi, Unisc, Banco do Brasil, Sebrae, BRDE, Finep, Fundopem, Sinditabaco, Sindivest, Imply e Gazeta Grupo de Comunicações.

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