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Saiba mais sobre a trajetória da “Ana da Four”, pioneira na assessoria de imprensa na região

Foto: Rafaelly Machado

Ela se chama Ana Cristina dos Santos, mas você pode conhecê-la pelo “sobrenome” que a adotou há tantos anos, que muitos nem lembram o seu nome de batismo: é a Ana da Four. As quatro letras que a acompanham onde quer que vá são reflexo de quase 25 anos de história. Mas apenas isso não é o suficiente para descrever a longa e feliz trajetória da Four Comunicação – e menos ainda para fazer jus aos vários traços que desenham Ana. Mulher, empreendedora, mãe, jornalista, colorada, gincaneira e sonhadora.

Se fôssemos contar com os clichês, poderíamos lembrar que “Ana” significa “cheia de graça”, o que realmente lhe sobra na simpatia e carinho com que trata todos ao seu redor. Mas, ainda assim, não parece suficiente para resumi-la. Quem a conhece, com a capa de super-heroína que parece ter nos ombros e o rosto de quem sabe o que está fazendo, nem imagina todas as caminhadas que a levaram a este sucesso. Pois, então, tratemos de contar!

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A Ana Cristina

O dia 30 de julho de 1974 ficou marcado na vida e no coração da família Santos. Em uma tarde de inverno, por volta das 15h30, no Hospital Vera Cruz, nascia a filha caçula de Ivomar dos Santos, já falecido, e Maria Ledolvina dos Santos, batizada de Ana Cristina. Como ela mesma lembra, foi “a ‘rapa do tacho’ de uma família que já tinha três meninos quase adultos”. Na infância, as brincadeiras eram as típicas da época: casinha, cantigas de roda, esconde-esconde, pega-pega, alerta, caçador, passa-anel, stop. “Tive uma infância muito simples e feliz”, recorda. Na adolescência, surgiu o amor pelo vôlei e, pouco depois, a jovem Ana se apaixonaria pela Gincana Municipal, amores que a acompanham até hoje.

“Estudei pertinho de casa, na Escola Paraguaçu, e depois segui para o Polivalente, até concluir o Ensino Médio”, lembra Ana. “Foi ali que, incentivada pelas professoras de Português, comecei a exercitar a produção de textos. Com a paixão definida pela redação, o Jornalismo foi o caminho que escolhi para seguir”. Em 1994, aos 20 anos, ingressou na primeira turma de Comunicação Social – Habilitação Jornalismo, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ali começou a se desenhar o traço empreendedor de Ana, o início do sonho que a tornaria…

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… a Ana da Four

Foi em 1997 que quatro estudantes do curso de Jornalismo decidiram colocar em prática um sonho bastante ousado: abrir uma empresa de assessoria. “É neste momento que começa a se formar a Ana da Four, uma jovem estudante de Jornalismo que, junto com mais três colegas de curso, resolve empreender numa área até então desconhecida: a assessoria de imprensa. Um ano antes da formatura no curso, em 1º de abril de 1997, fundamos – eu, Luciane Rodrigues, Sandro Viana e Astrid Kühn – a Four Comunicação, a primeira empresa de assessoria de imprensa do Vale do Rio Pardo e uma das primeiras do interior do Rio Grande do Sul”, conta a jornalista. O nome da empresa veio justamente por serem quatro (“four”, em inglês) estudantes. “A sociedade na configuração inicial durou apenas um ano. A partir daí, ficamos entre três (Ana, Lú e Sandro) e seguimos por mais sete anos, quando a Luciane, já numa fase mais difícil do tratamento do câncer (ela faleceu em abril de 2007), nos vendeu a sua parte do negócio. Então, nos últimos 18 anos, eu e Sandro tocamos a agência, com a contratação de outros profissionais.”

Ao longo dos anos, Ana Cristina foi se tornando Ana da Four com trabalho duro e muita competência, que firmaram o nome da empresa em todo o Sul do País. O desafio era ainda maior considerando o mercado de trabalho. “Éramos quatro estudantes… que certamente não tinham a noção do que era abrir uma empresa. Só que, depois que vimos que o negócio poderia dar certo, aumentando a carteira de clientes a cada ano, começamos a investir em cursos de qualificação, em treinamentos”, revela Ana.

Logo vieram os clientes e os desafios. De cara, fecharam contrato com a maior festa da cidade. “Nosso primeiro cliente foi a Revista Agora. Logo em seguida, fechamos contrato para assessoria de imprensa da 12ª Oktoberfest e Feirasul, em outubro de 1997.”

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E se engana quem pensa que a tecnologia já facilitava a vida dos profissionais naquela época: “Pensando pelo aspecto tecnológico, parece impossível de acreditar como foi o início das nossas carreiras no Jornalismo. Nós começamos a Four com dois computadores usados e um aparelho de fax. As primeiras assessorias da Oktoberfest foram feitas todas via fax e telefone. Os releases eram impressos e transmitidos, folha por folha, ao final de cada dia. Já as fotos, em três momentos (após abertura, meio da festa e fim da festa) eram enviadas em cópias impressas pelo Correio. Era a única forma de informar sobre a festa para todo o Rio Grande do Sul”, lembra. “Vivemos a fase dos disquetes, do ZipDrive, do CD, do DVD e, graças a Deus, de toda a tecnologia que temos atualmente. Hoje, podemos transmitir textos, fotos e vídeos em tempo real, via celular/internet.”

Ainda assim, não tinha tempo ruim para os empreendedores. A marca foi se consolidando ao longo do tempo e se tornando a referência que é hoje. Neste ano, a empresa vai completar 25 anos de atividades. “Em 2000, me casei na encantadora Catedral São João Batista e mudei de endereço definitivamente. Passados quase 25 anos desta decisão de fixar aqui a minha base, olho para trás e não tenho arrependimentos. Não fiquei por falta de opção, mas por convicção de que Santa Cruz é uma das melhores cidades do Rio Grande do Sul (e até do Brasil), para estudar, viver e trabalhar. Só falta mesmo o mar!”, brinca. “Me sinto abençoada e privilegiada por viver aqui. Sou grata pela família que construí, por todas as oportunidades profissionais, pelos clientes e amigos que conquistei e por todas as histórias que tive o privilégio de ajudar a escrever em solo santa-cruzense. Por aqui, sigo feliz e realizada, aprendendo e evoluindo, olhando com otimismo para o futuro”, diz.

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Com a palavra, Ana

Desafios

“Eu sempre digo que quem tem medo de ser notícia não tem assessoria de imprensa. Manter um bom relacionamento com a mídia não é fácil, por tratar-se de um público extremamente crítico. Mas as empresas e organizações que estão dispostas a enfrentar este desafio, com uma relação séria, ética e transparente, colhem excelentes resultados em termos de imagem institucional e reputação. Quando estabelecemos uma via de mão dupla, os dois lados ganham: a imprensa ganha boas pautas e a empresa uma visibilidade positiva. E eu não falo somente de notícias positivas, neste caso. As crises também fazem parte deste cenário e são muito importantes na construção do relacionamento, principalmente pelo aprendizado que proporcionam.”

Situações inusitadas

“Nossa, são muitos episódios… alguns mais tristes e outros muito engraçados. Os mais tristes (e sérios) sem dúvida são os relacionados com a morte. E nem entram nesta conta os episódios da pandemia.
Outros episódios que posso citar: convocar uma coletiva de imprensa para anunciar os shows da Oktoberfest, toda a imprensa comparecer e cancelar na hora a entrevista porque o contrato não foi assinado; confirmar a participação de uma dupla de artistas ao vivo na TV e eles não aparecerem (fazendo a editora enlouquecer); convocar coletiva para antes do show e na hora o artista não atender ou a produção cancelar; entre muitos outros.”

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Reconhecimento

“Para mim, o maior reconhecimento é o retorno dos clientes quando alcançamos ou superamos os objetivos propostos. Eu ainda me emociono quando vejo empresas, organizações e eventos ganhando destaque na mídia por suas ações/iniciativas. Lembro que, nos 10 anos da Four, fizemos um jantar para nossos clientes no Quiosque da Praça e, naquele dia, o meu escritório se transformou num grande jardim, com dezenas de buquês e cestas de flores. Fiquei muito feliz. Era sinal de que estávamos no caminho certo.”

Números

“Não tenho o número exato, mas certamente já atendemos mais de 80 empresas e entidades. O registro da empresa saiu no dia 1º de abril de 1997. Parece pegadinha de Dia da Mentira, mas não é. No próximo 1º de abril, vamos celebrar 25 anos de história. É praticamente uma vida dedicada à comunicação empresarial. Para mim, nossa responsabilidade como jornalistas que atuam em assessoria não difere da de quem que trabalha nas redações. Somos responsáveis pelos conteúdos e também temos compromisso com a verdade.”

Confiança

“Antes de mais nada, eu preciso acreditar e confiar no que eu vou noticiar. É uma relação de muita confiança que se estabelece entre o assessorado e a assessoria. Se eu não estiver convencida de que aquela informação é verdadeira, que vai impactar positivamente a vida das pessoas, que tem uma função social que merece ser compartilhada, não vou conseguir transmitir isso para a imprensa e muito menos para o público final.”

Família

“Somos, literalmente, Four. Depois de abrir a Four, em 1997, nos formarmos em 1998 e eu e o Sandro nos casamos em 18 de novembro de 2000. Em 4 de outubro de 2002, nasceu o Lucas e, em 30 de setembro de 2008, a Mariáh. Assim, além da Oktoberfest, por um bom tempo, tivemos também festas infantis em setembro/outubro. Sempre foi muito fácil conciliar… #só que não! A Mariáh, com 13 anos, vai cursar o 8º ano no Colégio Mauá; e o Lucas, com 19, vai ingressar no Curso de Engenharia de Produção da Unisc.”

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Vida profissional x pessoal

“Não é fácil conciliar a vida profissional e a pessoal. Às vezes, penso que vou enlouquecer (rindo de nervosa), porque a gente se cobra demais. Ainda tenho muito que evoluir e melhorar, mas sigo determinada em fazer sempre o meu melhor. Tudo muda com muita rapidez e precisamos estar sempre em evolução. Acredito que somos o que estamos dispostos a aprender e, por isso, eu estou em constante aprendizado. Sou apaixonada pela profissão que escolhi e faço tudo com muito amor.”

Desafios por ser mulher

“Sem dúvida alguma, as mulheres são colocadas à prova o tempo todo. E o mundo dos negócios é ainda mais complexo, principalmente pelo domínio do público masculino. Mas eu tenho muito orgulho da minha trajetória na área de assessoria em empresas, entidades e eventos. Em muitas reuniões, era apenas eu de mulher. Foi assim por muito tempo, mas hoje já consigo ver mais mulheres em posição de liderança.
Neste contexto de afirmação feminina, sem dúvida, o mais importante refere-se à busca pelo conhecimento, experiência e convicção do trabalho que se realiza. É preciso, além de manter uma posição firme, ter o conhecimento necessário para fazer valer a sua opinião na hora das discussões e decisões.”

De Ana para Ana: 25 anos depois

“Bah, bem difícil… Tenho a impressão de que eu pisquei e se passaram 25 anos. Acho que a Ana diria que vale a pena sonhar, vale a pena acreditar e, principalmente, se dedicar. E, acima de tudo, ter força e fé para enfrentar os desafios.”

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