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Salto no valor dos combustíveis supera 40% em 2021

Pereira aponta redução de margem dos motoristas com o aumento dos combustíveis

O brasileiro viu os preços dos combustíveis dispararem em 2021. Em alguns momentos, isso chegou a motivar alfinetadas políticas entre o Palácio do Planalto e os governos estaduais, na busca de um responsável pelos aumentos. Enquanto as questões ideológicas pautaram autoridades, as econômicas balizaram a Petrobras para a definição dos preços na refinaria, o que serve de base para o restante do setor. Atualmente, mantém-se adequada ao mercado internacional.

Influenciado pelas consequências da pandemia, o barril do petróleo começou o ano sendo negociado a US$ 48,00. Agora, depois de altas e baixas, aproximou-se dos US$ 80,00. Mais cara a base, o restante acompanha. As bombas em Santa Cruz do Sul, de acordo com levantamento publicado pelo Procon local, registraram aumento de 44,65% na gasolina e 51,21% no óleo diesel. O gás de cozinha custava R$ 67,43 em janeiro e agora está sendo vendido a R$ 96,70.

LEIA TAMBÉM: Para conter alta dos combustíveis, Estados decidem congelar ICMS

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Bem acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), projetado para fechar em 10,02%, os reajustes atingiram em cheio uma das classes que não pararam durante a pandemia, os caminhoneiros. É o caso de Sebasthian Pereira, que costuma fazer viagens longas e viu os custos se elevarem de forma preocupante. “Um frete para Florianópolis era R$ 3 mil e passou para R$ 4 mil. Nem sempre o cliente entende, então a gente acabou tendo que absorver”, diz.

Pereira viu a margem de lucro recuar mais de 30%. Uma opção é se organizar para comprar em locais mais em conta. Cita que Santa Catarina é onde pode ser encontrado combustível mais barato; já o mais caro está em Mato Grosso e Minas Gerais. Na divisa do Rio Grande do Sul, o valor também é alto. Outro vilão é o pedágio. Em São Paulo, afirma, é caro, mas as estradas são boas. Somando combustível e as cancelas, a viagem para o Rio de Janeiro tem de R$ 6 mil a R$ 7 mil de custo.

Variação dos preços

Combustíveis em Santa Cruz do Sul

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MêsGasolinaÓleo dieselGLP
Janeiro4,7993,57967,43
Fevereiro4,9853,64269,71
Março5,7674,12580,33
Abril5,7574,11786,56
Maio5,7094,28387,14
Junho5,9474,39987,83
Julho5,9744,42992,2
Agosto6,1684,41294
Setembro6,3244,54696,83
Outubro6,3644,70297,33
Novembro7,0795,274102,33
Dezembro*6,9425,41296,7
Aumento44,65%51,21%43,40%
Fonte: Procon/Santa Cruz do Sul. * Agência Nacional do Petróleo.

Alternativas e consequências desse momento

Enquanto comprar combustível está mais caro, alternativas são criadas para minimizar as possíveis perdas e manter os clientes. Uma delas é o fracionamento de carga. Os responsáveis pelo transporte fecham cargas com diferentes destinos e para empresas variadas. “Os próprios clientes estão sugerindo a carga fracionada para diminuir o custo”, conta Sebasthian Pereira. Além disso, o motorista pode organizar o trajeto de forma que consiga uma carga para o retorno.

Uma alteração que resultou da disputa política sobre o preço dos combustíveis é o congelamento da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Governadores definiram não alterar o tributo pelo período de 90 dias, que se encerra em 31 de janeiro de 2022. Assim, mesmo que tenha variação na refinaria, o valor cobrado será o mesmo. Isso não costuma acontecer, porque a definição é a partir de uma média de 15 dias dos preços, ou seja: aumenta na bomba, aumenta no imposto, mesmo que continue com a mesma taxa – no Rio Grande do Sul, 30%.

Outra medida, que poderá ser sentida pelos consumidores gaúchos no próximo ano, é a redução de cinco pontos percentuais no ICMS cobrado nos combustíveis. O governador Eduardo Leite fez com que voltasse ao patamar de 2015, de 25%.

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Toda essa questão do valor do combustível acaba repercutindo entre os donos de postos. O presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, ressalta que houve um achatamento da margem dos estabelecimentos, o que fez com que muitos postos, em especial nos grandes centros urbanos, fechassem. Outro problema poderá ser detectado nas cidades pequenas, onde a margem diminui pelo volume negociado – tanto com a distribuidora quanto com os clientes. “Não há milagre. Tem que cuidar do custo, do caixa, ter informações, criar fontes alternativas de receita”, orienta.

As vendas, de acordo com Dal’Aqua, ainda não voltaram aos níveis de 2019. Não existe nem projeção de quando isso poderá acontecer. “Vivemos em um cenário de transformação, e situações diferentes demandam ações diferenciadas em preço, serviços, atendimento. Quem não controlar bem os negócios, perderá.”

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