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Utah e Arizona, EUA: paisagens esculpidas pela água e o vento

Foto: Acervo Pessoal

Aidir junto às formações naturais do Parque Tribal Monument Valley, entre Utah e Arizona

Apesar da tradição religiosa e do conservadorismo característicos do povo local, Utah tem recebido novos habitantes ligados a empresas de alta tecnologia, além de milhares de entusiastas da natureza, atraídos pelas estações de esqui, por esportes como ciclismo e alpinismo, e pelas paisagens naturais inigualáveis do geométrico estado americano. As belezas naturais das Montanhas Rochosas, que incluem as formações ao norte do estado vizinho do Arizona, formam uma diversidade geológica única que parece nos transportar para outros mundos. A vastidão e o fascínio desses locais só podem ser plenamente entendidos estando ali, já que fotografias, filmes e descrições não conseguem fazer justiça ao que se vê in loco. Desertos, cânions coloridos, gargantas de rios e falésias de tirar o fôlego são uma prova da fantástica força criativa dos ventos e das águas.

A bordo de um motorhome, percorri com a família quase 3 mil quilômetros, passando por vários parques nacionais. No sul de Utah, o Parque Nacional de Sião (Zion) é impactante, com vales e cânions formados pela erosão nessa região que, há 13 milhões de anos, era parte do oceano. Na década de 1860, os mórmons ali chegaram e, entusiasmados com a beleza e o gigantismo do lugar, julgaram ter encontrado Sião, a Terra Prometida. O líder Brigham Young discordou e exclamou: “Apesar do local ser belíssimo, não é Sião”. O nome “Não é Sião” (Not Zion) perdurou por anos, até que novos exploradores o encurtaram para simplesmente Zion. Dezenas de trilhas, cascatas, cânions e jardins naturais se espalham entre as curvas suaves de monumentais rochas sedimentares que variam do branco às várias tonalidades do vermelho.

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Mais ao sul, no estado do Arizona, e depois de passar por belíssimas paisagens na Reserva Indígena Navajo, eu não poderia deixar de retornar ao Grand Canyon, considerado uma das maravilhas naturais do planeta. De fato, nada nos prepara para o choque diante do gigantesco, colorido e profundo desfiladeiro, com 16 quilômetros de largura e 440 quilômetros de comprimento ao longo do Rio Colorado. Sempre atentos para evitar aquilo que os locais chamam de “passeio de 12 segundos” falésia abaixo, descemos uma parte das trilhas da borda sul para ter uma visão mais panorâmica do fenômeno natural.

Na fronteira entre Utah e Arizona, nem mesmo uma tempestade de areia passageira atrapalhou a visita ao local que era um dos meus maiores objetivos na região. Cenário de filmes do ator John Wayne e do diretor John Ford, e situado dentro do território da Nação Navajo administrado pelos nativos Anasazi, o Parque Tribal do Vale dos Monumentos (Monument Valley) não poderia ter nome mais adequado. A paisagem árida e as espetaculares formações isoladas do platô do Colorado superaram, de longe, as minhas expectativas.

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Pensei na diferença brutal entre Brasil e Estados Unidos no que se refere ao respeito e às oportunidades dados aos primeiros donos das Américas, nativos que jamais precisaram de aulas de Ecologia para entender a importância da preservação do meio ambiente e de sua cultura.

Outro destaque do itinerário foi a região em torno da cidade de Moab – outro nome bíblico – no centro-leste de Utah, que se desenvolveu a partir de 1950 com a exploração de urânio. Desde então, mineiros foram gradualmente substituídos por turistas. O Parque Nacional dos Arcos, que o escritor Edward Abbey chamou de “local mais bonito do planeta”, tem milhares de arcos e torres formados pelas águas, gelo, sal e ventos. Alguns arcos são tão perfeitos que os primeiros exploradores achavam que teriam sido construídos por civilizações perdidas. Para chegar à maioria deles, são necessárias caminhadas e escaladas. Após percorrer trilhas e morros, fomos recompensados por aquele que é a formação mais impressionante do parque, tanto que se tornou símbolo do estado de Utah: o Arco Delicado, um dos fenômenos naturais mais impactantes que conheci.

Espiritualmente, confesso que não fiquei com a sensação de ter estado na Terra Prometida, mas posso prometer que pouquíssimas pessoas se arrependerão de ter visitado esse que é, na minha opinião, o mais belo estado americano e um dos lugares mais incríveis do mundo.

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Por Aldir Parizzi Júnior – Exclusivo para o Magazine

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