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Aventura no mar (2)

Pelas 10 horas da manhã chegamos ao Porto de Santos. Enchemos os tanques de óleo diesel no posto flutuante da Petrobras, situado no Ponto Sul de Bertioga. O movimento fluvial é muito intenso. Os barcos que fazem as vezes de táxi não param um minuto, fazendo a travessia das pessoas para os locais de trabalho no porto ou na cidade de Santos.
 
Os grandes cargueiros, carregados de contêineres, seguem os seus destinos rumo ao alto-mar ou, simplesmente, para descarregar as mercadorias no Porto de Santos.

 Depois do abastecimento, seguimos rumo ao canal que nos levaria ao mar aberto, agitado e com ondas. O nosso destino seria Cananéia, ainda em São Paulo, quando então, pela primeira vez, tivemos que enfrentar um mar não tão amistoso quanto o de Bertioga.

 Enquanto fazíamos o contorno da ilha, admirando a beleza da vegetação e das rochas, que pareciam ter sido ali plantadas para proteger aquele local do incansável vai-e-vem das ondas, o nosso comandante Valdomiro explicou o porquê do sugestivo nome de Bom Abrigo.

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 Quando o mar não dá condições de entrar no único canal de acesso à Cananéia, os navegantes ficam abrigados do vento e das ondas indesejáveis durante vários dias naquela ilha, pescando, batendo papo e até trocando mantimentos. O próprio Valdomiro, quando fez, solitariamente, esta mesma aventura com o seu barco à vela, ficou cinco dias ali abrigado.
 Teríamos 248 quilômetros até chegar ao nosso primeiro porto seguro e tínhamos muito mar pela frente e chegar à Cananéia.

 A navegação era feita em linha reta, previamente gravada no GPS, entre 20 ou 40 quilômetros da costa. A primeira grande cidade litorânea que avistamos foi Praia Grande, que às vezes se distanciava ou se aproximava, dependia da nossa distância.

Perguntei ao Marcão quanto tempo levaríamos para atracar na cidade praiana, se assim decidíssemos. Respondeu que necessitaríamos, no mínimo, de uma a duas horas até chegar à praia. No mar, perde-se a noção de distância, pois olhando para todos os lados só se vê água.

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 O meu maior receio era o enjoo e o Pfaffenzeller ensinou-me que sempre procurasse olhar para o horizonte. Deu certo.
 Em todas as ilhas que avistávamos durante o percurso parávamos para pescar enchovas e, segundo promessa do nosso Comandante Valdomiro, encheríamos o barco de peixes. Contornávamos a ilha e jogávamos o anzol, tentando pegar um peixe para prepararmos à noite, em terra firme e, para o nosso azar, o dia não era do pescador.

 Para não perder tempo em explicações das nossas pescarias nas demais ilhas, quero dizer que saímos frustrados em todas, incrivelmente sem peixes.  Nosso comandante Valdomiro deveria ter sido agraciado com um troféu, pelo recorde negativo de termos navegado cinco dias e, literalmente, ficarmos “a ver navios” no quesito peixe. O nosso comandante sofreu com as nossas brincadeiras. (Continua)
 
 

 

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