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Aventura no mar (3) – Cananeia

Enquanto fazíamos o contorno da ilha, admirando a beleza da vegetação e das rochas, que pareciam ter sido ali plantadas para proteger aquele local do incansável vaivém das ondas, o nosso comandante Valdomiro explicou o porquê do sugestivo nome de Bom Abrigo.

Quando o mar não dá condições de entrar no único canal de acesso a Cananeia, os navegantes ficam abrigados do vento e das ondas indesejáveis durante vários dias naquela ilha, pescando, batendo papo e até trocando mantimentos. O próprio Valdomiro, quando fez, solitariamente, esta mesma aventura com o seu barco a vela, ficou cinco dias ali abrigado.

Após a exploração da Ilha do Bom Abrigo, procuramos a boia indicativa do canal. Localizada com o auxílio de um binóculo, graças à maré alta, conseguimos o acesso, apesar das turbulências causadas pelas ondas. Transpor o canal é a fase de navegação que mais assusta os marinheiros de primeira viagem.

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Apesar do susto, fomos recompensados pela belíssima recepção que tivemos dos golfinhos e dos botos. Brincavam e faziam acrobacias na nossa frente e ao lado do nosso barco, como que saudando os aventureiros que haviam saído vitoriosos nessa sua primeira empreitada em mar aberto.

Comemoramos com várias garrafas de champanhe francesas a chegada neste lugar lindo, afrodisíaco. A partir do outro dia viajaríamos 150 quilômetros em mar abrigado, com a Mata Atlântica à nossa esquerda e os manguezais à nossa direita.

Atracamos o barco no cais de Cananeia e o Carlitos, ajudante de ordem da tripulação, enquanto descarregávamos as nossas malas, era incumbido de procurar uma pousada para abrigar os cansados mas felizes viajantes.

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Alojados e de banho tomado, era o momento de caminhar e conhecer a cidade e, principalmente, achar um restaurante que servisse uma cerveja bem gelada, acompanhada de um peixe bem gostoso, quando então faríamos uma resenha de todos os acontecimentos da viagem.

Comentei com a turma que, durante o percurso, tive a oportunidade de bater longo papo com o Carlitos, jovem que me confessou os diversos problemas que estava passando.

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Este prometeu que deixaria de fumar, viveria uma vida monogâmica e se mudaria para Florianópolis, a fim de organizar os passeios e as pescarias dos turistas no recém adquirido barco, dando uma guinada na sua agitada existência terrena, para a alegria geral de todas as pessoas que compartilhavam de sua amizade e de seu amor.

Cansados, fomos dormir, pois no outro dia seríamos acordados cedinho pelo nosso dedicadíssimo ajudante de ordem, que mais uma vez falhou na sua dificílima tarefa matinal. Aconteceu o contrário. O Marcão foi chamá-lo e teve dificuldade para tirá-lo da cama. Seu relógio biológico deveria estar programado para despertar ao meio-dia.

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