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IDEIAS E BATE-PAPO

Hipocrisia e vaidade em tempos de crise

Estes tempos inéditos têm servido para evidenciar a hipocrisia humana. Que atire a primeira pedra quem, nestes últimos 12 meses, não criticou alguém por participar de aglomerações, deixar de usar máscara ou deixar de adotar os cuidados sanitários. Ao mesmo tempo… Quem não infringiu ao menos uma dessas normas, dando a desculpa de cansaço emocional, distração e outras?

Comércio e indústria têm sido apontados indiretamente como culpados pela proliferação do vírus que nasceu na China. Sim, a Organização Mundial da Saúde mandou uma comitiva para lá, mas nada foi descoberto que pudesse, de alguma maneira, explicar a explosão mundial da Covid-19. É fácil colorir mapas e mandar “fechar tudo e ficar em casa”. Difícil é ser eficiente no combate às festas clandestinas. Será assim mesmo tão difícil? Não seria eficaz fiscalizar as redes sociais, onde proliferam convites para “raves”.

No Rio Grande do Sul, no início da pandemia, os prefeitos foram convocados a dividir o ônus de decisões amargas. Meses depois, o governo do Estado arquivou a ideia da “cogestão”, tomando as rédeas das ações de combate ao vírus. Os números, no entanto, recrudesceram. As UTIs são insuficientes, as mortes aumentam, o desespero é generalizado.

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Cada vez mais premidos com obrigações e despesas, os prefeitos sabem que em breve serão outra vez convocados para dividir o desgaste de medidas antipáticas. Respeito opiniões em contrário, mas o governador Eduardo Leite teve equilíbrio e coragem até lançar-se candidato à Presidência da República. Sem falar que isso ocorreu em um evento político-partidário que não poderia ser realizado no Galpão Crioulo do Palácio Piratini.

Como candidato, o governador elegeu o governo federal alvo de críticas diárias. No final de semana, tentou faturar prestígio com a instalação do primeiro hospital de campanha na Capital. A obra é uma conquista do esforço do prefeito Sebastião Melo, que, com o Exército Brasileiro, viabilizou a obra.

A politização da crise era esperada, mas jamais imaginou-se que haveria espaço tão generoso para dar vazão às vaidades políticas de tantos personagens. As inúmeras mortes não têm o condão de sensibilizar quem deveria dedicar as 24 horas do dia na busca de soluções para minimizar o sofrimento de milhões. A radicalização está nas redes, mas em breve chegará às ruas, consequência de recente decisão monocrática do Supremo Tribunal Federal.

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Não acredito que ao longo de 2021 teremos um mínimo de normalização da rotina anterior ao ano passado. Tão nociva quanto o vírus que assola o mundo é a falta de comprometimento humano de quem deveria estar preocupado em salvar vidas, ao invés de sonhar com altos voos políticos.

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