Integrantes da base aliada ou da oposição devem concordar com uma qualidade que tem o governador Eduardo Leite (PSD). Ele é perseverante. Desde garoto, quando se elegeu vereador em Pelotas ganhando notoriedade estadual, depois como candidato a prefeito de seu município, ocupa os espaços da mídia com uma eloquência que atrai mais do que eleitores, tem fãs. Conseguiu assim a inédita reeleição ao Palácio Piratini. Até então, havia o conceito de que os gaúchos não reelegem governador. Tem afirmado, desde 2022, sua intenção de ser presidente da República.

A primeira tentativa foi infrutífera, pois os interesses do ninho tucano estavam além da vontade de Leite. No recomeço de seu intento, viu o tucanato virar-lhe a cara novamente. Abriu mão de uma filiação de 24 anos e passou para o PSD, apresentando-se como alternativa à polarização que tem atrasado o Brasil nas últimas décadas. Tem usado um bom mote: “não temos que brigar com as pessoas, temos que brigar com os problemas”. Se vai ter condições, de fato, de enfrentar a dupla Bolsonaro/Lula, veremos somente em 2026.

Oposição engrossará o caldo

Muitos projetos que entram na pauta do Legislativo santa-cruzense dependem da concordância dos líderes das bancadas para que avancem e tenham votação em regime de urgência, ou seja, sem o prazo mínimo de tramitação, que é de três sessões. Até a última reunião da Câmara, o governo municipal não tinha encontrado empecilho. Todos assinavam sem pestanejar. Líder do Progressistas, Ilário Keller disse, na última segunda-feira, 19, que o partido passará a analisar mais criteriosamente os pedidos de urgência. É a segunda demonstração de que o caldo pode engrossar por parte da oposição. Keller já havia feito cobrança sobre pavimentação no interior e dito que o partido tem pedido um posicionamento mais forte, semelhante ao que sofreu a ex-prefeita Helena Hermany (PP).

Alfinetadas sobre o viaduto

O discurso de Raul Fritsch (Republicanos) reacendeu um debate polêmico, que marcou a última legislatura: a aprovação do financiamento, via Finisa, para obras como o viaduto Edmundo Hoppe. O vereador questionou o fato de que alguns dos colegas, que votaram contra a contratação do financiamento, estavam na inauguração da obra, posando para fotografia.

Na sequência, emendou um suspeito elogio à presidente Nicole Weber (Podemos), dizendo que o reconhecimento do erro é uma virtude. A vereadora não gostou nada dessa condição e reforçou que é educada, sem que isso signifique ter dado um passo atrás na sua posição contra o Finisa santa-cruzense. Devolvendo a alfinetada, disse que o financiamento do viaduto é o mesmo que resultou na deflagração da Operação Controle.

Situação financeira delicada

Se a política é um jogo de estratégias, que se assemelha ao xadrez, a economia é o ápice do planejamento. Mesmo quem tem muito dinheiro deve ficar atento à forma como gasta e investe, porque ele termina. Santa Cruz do Sul é um exemplo disso. A equipe da Prefeitura trabalha na elaboração de um plano de contingência de recursos para manter o funcionamento dos serviços públicos, mesmo com a possibilidade de um déficit milionário.

Horário do Legislativo

Segunda-feira, 26, ocorrerá a última sessão da Câmara de Santa Cruz do Sul no horário-teste: 18 horas. Os encontros tiveram bom fluxo de cidadãos, em maio, mas com uma série de fatores diferenciados, como homenagens, tribuna livre e sessão solene.

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