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José Augusto BOROWSKY

Memória: Cine Tereza

Sobrado do antigo hotel e galeteria Kurtz foi sede do Cine Tereza, no tempo em que Vera Cruz era distrito de Santa Cruz do Sul | Foto: Acervo Histórico/Vera Cruz

O cinema sempre foi uma das diversões mais apreciadas pelos santa-cruzenses. Depois da primeira exibição de um filme, em  1902, ele se popularizou, e na década de 1930 já existiam duas ou três casas de exibições na cidade. Logo, também chegaram às sedes dos maiores distritos de Santa Cruz, as vilas Tereza e Sinimbu (hoje são cidades).

Por volta de 1914, o santa-cruzense Nestor Brandão, junto com Germano Baumhardt Filho, criou um cinema ambulante que percorria o interior. O negócio deu certo e, algum tempo depois, foi instalado um cinema fixo em Vila Tereza (hoje Vera Cruz), administrado por Fredolino Beilke. Ele ficava no salão do Hotel Concórdia (depois hotel e galeto Kurtz), na atual Rua Martin Francisco, 73.

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Ainda na década de 1930, surgiu o Cine Tereza no antigo Salão Brandt, na atual Rua Roberto Gruendling, 11. Ali também funcionava a rodoviária. O público era da vila e de localidades próximas. Só não havia projeção às segundas-feiras.

Em 1946, Edmundo Keller (seu Sona) começou a projetar os filmes. Sua filha Liane Thomasi conta que ela e os irmãos Ricardo e Ursula eram frequentadores assíduos. O Cine Tereza tinha cerca de 150 cadeiras e lotava nos finais de semana. As películas que mais atraíam o público eram as de Mazzaropi, Gordo e Magro, Tarzan, faroestes e os filmes em alemão.

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Dois minutos antes de começar a sessão, tocava a trilha sonora do filme A ponte do Rio Kwai. Aí, quem ainda estava na rua entrava apressado para não perder nada. Sona, já falecido, gostava de cinema e seguidamente vinha de carro a Santa Cruz para buscar os filmes (os mesmos do Cine Apollo), para garantir que o espetáculo não iria atrasar.

O Cine Tereza tinha só um projetor, e quando terminava um rolo de filme, havia um intervalo para rebobinar a fita. Liane recorda que o pai era preocupado com os “bons costumes”, especialmente quando havia crianças na plateia. Em cenas mais “ousadas”, ou até um beijo mais demorado, ele colocava a mão na frente da lente do projetor. O público reclamava com assobios e batendo os pés no chão, e Sona dava risadas do fato.

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