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INVESTIMENTO

O que Santa Cruz vai ganhar com o Centro de Eventos

Nova estrutura vai ocupar uma área subutilizada dentro do Parque da Oktoberfest e será conectada com os atuais pavilhões 2 e 3

Colocar Santa Cruz do Sul na rota dos eventos de grande porte é a meta da Prefeitura e de entidades empresariais com o Centro de Eventos. Na última quinta-feira, 7,, durante a cerimônia de abertura da Oktoberfest, a prefeita Helena Hermany (PP) assinou o protocolo de início das obras, que estarão concluídas para a próxima edição da festa, em 2022.

O complexo vai contemplar uma edificação nova de quase 6 mil metros quadrados em uma área subutilizada no Parque da Oktoberfest e conectada com os pavilhões 2 e 3. De acordo com um dos profissionais envolvidos na concepção do projeto, o arquiteto Ronaldo Wink, a estrutura servirá diretamente à Oktober, que passará a contar com área coberta muito maior, mas comportará diversos tipos de eventos, sobretudo feiras e exposições de negócios, mas também shows e até eventos esportivos. “Será um pavilhão multiuso, com uma capacidade expositiva muito grande. Com isso, o parque vai ser potencializado e poderá receber eventos durante todo o ano, o que terá um grande impacto na economia”, observou.

Contratado pela Assemp ainda durante o governo Telmo Kirst, o projeto foi levado para licitação no ano passado. O edital acabou revogado por falhas técnicas e foi relançado este ano. Com investimento de R$ 9,8 milhões, com recursos financiados junto ao governo federal, a obra será executada pela AZ Construções, de Joinville (SC), que tem no seu portfólio a fábrica da Fremax e a sede da Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina, entre outros.

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Segundo o vice-prefeito e secretário municipal de Planejamento, Elstor Desbessell (PL), os trabalhos devem começar na semana que vem, com a instalação do canteiro de obras, e o prazo para conclusão é de oito meses. “Santa Cruz está merecendo isso. É um anseio antigo das entidades e da comunidade, e que queremos tornar realidade”, disse. Ainda não está definido se a administração do complexo ficará com o Município ou com a Assemp. Segundo Wink, o prazo previsto no contrato é “plenamente realizável”. “Em 2022, já teremos uma nova Oktoberfest”, disse.

Investimento fomentou o turismo em outras cidades

Com o investimento, Santa Cruz seguirá o caminho de outros polos que apostaram em estruturas para ingressar no radar dos grandes eventos e, com isso, gerar demanda sobre segmentos como hotéis e restaurantes. Um deles é Blumenau, em Santa Catarina, que também promove anualmente uma Oktoberfest e inaugurou em 2006 um pavilhão com mais de 10 mil metros quadrados que transformou a agenda do município.

Segundo o engenheiro Guenter Knies, que coordenou tanto a elaboração do projeto de Blumenau quanto o de Santa Cruz, à época os quatro antigos pavilhões que existiam junto ao parque onde a festa é realizada foram demolidos para dar lugar ao novo complexo, que foi erguido em apenas cinco meses. O tempo recorde se deu para garantir a realização de uma feira nacional do setor têxtil, que é um dos principais motores da economia local.

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Desde então, conforme Knies, o número de eventos realizados na cidade disparou. “A agenda hoje é cheia praticamente o ano inteiro. E criou não só um turismo externo mas também um turismo interno, dos próprios moradores que frequentam muito”, salienta. Outros municípios também já contam com centros de eventos e serviram de referência para o projeto de Santa Cruz do Sul, como Camboriú (SC), Gramado, Bento Gonçalves e Porto Alegre.

Além de Knies e Ronaldo Wink, trabalharam na elaboração do projeto local os arquitetos Nathan Reichel, Paulo Herzog, Carolina Knies, Alex Brino, Kamila Kothe e Cristina Nedel, bem como os engenheiros Ronaldo Basso e Wilson Martins. O projeto elétrico ficou a cargo da Fatech.

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Nova estrutura vai ocupar uma área subutilizada dentro do Parque da Oktoberfest e será conectada com os atuais pavilhões 2 e 3

Como vai ser a estrutura

  • Com 5,8 mil metros quadrados, o complexo será erguido em uma área ociosa do parque entre os atuais pavilhões 2 e 3, onde, durante a Oktoberfest, costumam ser instalados pavilhões de lona para abrigar parte dos estandes. A localização permitirá a conexão da estrutura nova com os pavilhões existentes, alcançando uma área coberta de 8,6 mil metros quadrados.
  • A nova estrutura contará com esplanada e cobertura de acesso, hall, ambiente para credenciamento e bilheteria, sala de segurança, ambulatório, sanitários, secretaria, salas administrativas, sala de reuniões, depósitos e os dois pavilhões, que serão intercomunicáveis. Com isso, será possível realizar até dois eventos simultâneos. A capacidade de público varia de acordo com o tipo de evento, mas pode chegar a 4 mil pessoas.
  • Na elaboração do projeto, considerou-se uma série de premissas de cunho socioambiental, como rampas e sinalização tátil para garantir acessibilidade, iluminação e ventilação naturais, fechamentos laterais e de cobertura com o uso de painéis e telhas termoacústicas, geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos instalados na cobertura e aproveitamento das águas pluviais para as bacias sanitárias e irrigação do jardim.
  • Também está prevista a instalação de sistema de ar-condicionado, com utilização da energia gerada no próprio local, mas isso só ocorrerá em uma segunda fase. O projeto, porém, prevê um sistema de grelhas junto às paredes para proporcionar uma ventilação cruzada com aberturas na cobertura.

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“Divisor de águas”

A possibilidade de implantação de um Centro de Eventos em Santa Cruz vinha sendo discutida há praticamente duas décadas. De acordo com o presidente da Assemp, Fábio Borba, o ganho imediato com o complexo será na própria Oktoberfest. Atualmente, são necessárias instalações provisórias erguidas todos os anos para comportar toda a estrutura da festa. Isso é um problema tanto em função do custo elevado quanto por questões de segurança. “Ficamos preocupados o tempo todo com o clima, se vai ter ventania ou não, se as pessoas estão seguras. Agora isso vai ser resolvido”, comemora.

A expectativa, porém, é que o investimento abra caminho para a incorporação de novos eventos ao calendário do município, como convenções de grande porte, que hoje são inviáveis justamente por falta de espaço físico. A intenção das entidades empresariais é aliar a construção do Centro com a criação de um Convention & Visitors Bureau, espécie de escritório independente voltado ao fomento do turismo de eventos e de negócios já existente em diversas cidades. “É um divisor de águas. Esse movimento do Poder Executivo de entender o município como um polo turístico é extremamente importante”, observa Borba.

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Ainda segundo ele, outros investimentos para ampliar e potencializar a infraestrutura do Parque da Oktoberfest também estão no radar das entidades e do poder público. Além de melhorias nos pavilhões 2 e 3 e na Bierhaus, há discussões para transformar o pavilhão central em um centro de convenções, com auditório.

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