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AGRICULTURA

Prefeitos e agricultores reforçam pedido por renegociação das dívidas em assembleia da Amvarp

Foto: Expedito Engling

A tarde desta sexta-feira, 13, foi marcada por forte mobilização no auditório da Procuradoria-Geral do Município de Santa Cruz do Sul em assembleia da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) que reuniu prefeitos, lideranças políticas e agricultores para debater medidas urgentes em torno da renegociação das dívidas do setor rural. A intenção da Amvarp é solicitar o parcelamento das dívidas da agricultura em até dez anos para amenizar a situação no campo.

A criação da Carta de Santa Cruz do Sul também está entre as propostas da audiência. A intenção é que o documento seja assinado pelas lideranças políticas e do setor do agronegócio do Vale do Rio Pardo, expressando a angústia vivida diariamente pelos produtores rurais.

O deputado federal Marcelo Moraes, presente na reunião, destacou a união dos prefeitos e o simbolismo político do apoio institucional ao pleito dos produtores. “É importante que Brasília entenda que os agricultores não querem nada de graça. Eles querem condições de pagar. Hoje, o que se busca é uma renegociação que caiba no bolso de quem planta e colhe”, afirmou. Segundo ele, o modelo ideal incluiria juros entre 3% e 4%, com até três anos de carência e prazo de 20 anos para quitação das dívidas. “Qualquer coisa fora disso não resolve o problema”, ressaltou.

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Ainda conforme o parlamentar, a pressão sobre o governo federal precisa aumentar. Ele reforçou que a pauta será levada à Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), na próxima segunda-feira, 16, em Porto Alegre. “A reunião de hoje foi fundamental porque ouviu quem mais precisa ser ouvido: os agricultores. Estamos falando de pessoas que estão sofrendo, em decorrência da crise financeira no campo”, alertou.

O presidente da Amvarp e prefeito de Candelária, Nestor Ellwanger (Rim), reforçou que é hora de transformar os encontros em ações concretas. “Agora não adianta mais só fazer reunião. Tem que partir para o prático. O produtor precisa respirar para continuar produzindo”. Segundo ele, qualquer proposta que una prazos longos e juros equilibrados será bem-vinda. “Todo negócio tem que ser bom para os dois lados. Não adianta dar 14 anos de prazo e meter juros altos”, relatou. 

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A assembleia contou ainda com a presença do secretário estadual de Agricultura, Edivilson Brum, que enfatizou o compromisso do governo do Estado com o setor. Ele lembrou que o Rio Grande do Sul já se comprometeu a bancar R$ 136 milhões em juros de um ano de prorrogação das dívidas rurais, como forma de viabilizar soluções enquanto o Conselho Monetário Nacional não toma uma decisão definitiva. “Estamos fazendo o dever de casa. Mas precisamos que o governo federal acolha o pedido do agro gaúcho com respeito e responsabilidade”, defendeu.

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Brum também mencionou a possibilidade de usar recursos do Fundo Social, abastecido com receitas do pré-sal, para criar mecanismos de equalização dos juros. “Esse fundo poderia bancar os financiamentos agora e receber o valor de volta dos produtores, de forma parcelada e justa. É possível viabilizar isso com diálogo e sensibilidade”, sinalizou.

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Com mobilização crescente, o encontro desta segunda-feira na Famurs deve reunir representantes de todo o Estado, além de deputados e senadores, na tentativa de pressionar o governo federal e garantir que medidas efetivas sejam tomadas. A expectativa é de que, caso as negociações não avancem, novas ações possam ser organizadas pelos prefeitos e entidades ligadas ao setor.

A situação financeira dos agricultores do Rio Grande do Sul é agravada por cinco anos consecutivos de eventos climáticos severos, entre estiagens e enchentes, que comprometeram as safras e impactaram diretamente a economia regional.

*Colaborou Jaime Fredrich

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