Sou natural de uma pequena cidade do Vale do Taquari, Arroio do Meio. À época – 1960 – o município tinha, talvez, 5 mil habitantes. Nasci na localidade de Bela Vista, distante dois quilômetros do perímetro urbano. Isso obrigava, a mim e minha irmã, a caminhar na poeira ou no barro/geada, conforme a estação do ano, até chegar à Escola Luterana São Paulo.
Moro há mais de 40 anos fora de minha cidade natal. Quase todo esse tempo em Porto Alegre. Estou bem adaptado à “cidade grande”, mas não descarto a possibilidade de, algum dia, voltar a residir no interior. Gosto da capital gaúcha porque há vários locais que lembram a infância na colônia. Não é uma cidade enorme, como São Paulo. Por isso, fica mais fácil o deslocamento e o convívio com os amigos.
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Além de Arroio do Meio e Porto Alegre, a única cidade onde morei foi Santa Cruz do Sul. Ao lado de Lajeado, seria minha escolha preferida caso decidisse sair da muvuca da capital gaúcha. Entre 1983 e 1985 fixei residência na outrora capital do fumo.
Foram dois anos inesquecíveis quando cursava os dois últimos anos da faculdade de Jornalismo na Unisinos, em São Leopoldo. Trabalhei na nossa Gazeta do Sul e na Rádio Gazeta. Privei de amizades que cultivo até hoje. Também conheci boa parte do interior do município e cidades do Vale do Rio Pardo. Ao lado do amigo Romeu Neumann, descobri o potencial econômico dos agricultores. Já o parceiro Ari Resch me fez gostar de basquete e de tênis. Também mostrou a rica história e tradição do Galo Carijó (F. C. Santa Cruz) e do Periquito (Avenida).
Santa Cruz mantém um ar interiorano, principalmente devido à quantidade de áreas verdes. Certamente há problemas, com ênfase para dificuldades de mobilidade urbana devido ao aumento da frota de veículos que geram falta de espaços para estacionamento, acidentes mais frequentes e necessidade de criar vias para ciclistas e motociclistas.
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Assim que for possível pretendo voltar a Santa Cruz do Sul, mas se possível, para dispor de vários dias para colocar as visitas em dia. Nos finais de semana os amigos têm maior disponibilidade de tempo, mas o sábado e o domingo passam muito rápido. Com certeza, nem sequer teria tempo para degustar o incrível churrasco do parceiro Mário Jost, regado, é claro, por cerveja muito gelada depois de uma caipirinha.
Aos 65 anos, e com uma vida marcada por muitas viagens dentro do Rio Grande do Sul, cultivo a “alma colona” do guri que, na infância, consumia alimentos produzidos na pequena propriedade em Arroio do Meio. Não sou daqueles interioranos que demonizam a cidade grande. Pelo contrário. Procuro absorver o que me oferece de bom para misturar com as reminiscências e valores que herdei da minha família.
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Manter a história de vida e assimilar novas descobertas perfazem o tempero da vida. Ótimo final de semana!
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