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Eleições 2020

Entrevista: “Nós temos que priorizar o que dá resultado”, diz Alex Knak

Foto: Rafaelly Machado

Ex-secretário de Transportes, Alex não descarta um subsídio governamental para segurar a escalada tarifária nos ônibus urbanos

O plano de governo de Alex Knak (MDB) inclui um mercado público municipal, uma rua coberta, ambientes de estudo compartilhado com acesso à internet nos bairros, uma concha acústica e vale-feira para servidores municipais, entre outros.

Segundo ele, esses investimentos se tornarão viáveis com a formação de uma equipe capaz de avançar na captação de verbas em Brasília e com medidas de economia, que incluem cortes de CCs e extinção de ao menos duas secretarias, além de consultas à população para definição de prioridades. Ex-secretário de Transportes, não descarta um subsídio governamental para segurar a escalada tarifária nos ônibus urbanos, embora considere inviável a implantação de novas gratuidades, e defende uma revisão da regulamentação dos aplicativos de carona paga.

Em entrevista na última quinta-feira, 15, também acusou o governo de se omitir na cobrança do cumprimento do contrato da Corsan, questionou a construção do complexo de piscinas do Bom Jesus e exaltou políticas de incentivos fiscais e desburocratização como forma de atrair investimentos.

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Entrevista

O senhor foi secretário de Transportes no primeiro mandato de Telmo Kirst e integrou a base de apoio ao governo na Câmara. O senhor se considera oposição ou situação?

Eu sou o candidato das pessoas. Nós queremos, eu e o Fabiano, fazer uma gestão mais humanizada, pensando no coletivo. Nunca fui oposição, sempre tive as minhas convicções, as minhas ideias, os meus projetos, focando em políticas públicas voltadas para Santa Cruz e para as pessoas.


Se o senhor for eleito, qual será o primeiro assunto ao qual pretende se dedicar?

Primeiro, queremos montar um secretariado de qualidade. Não foi sozinho que eu cheguei até aqui, foi me cercando de pessoas boas. Assim foi na Secretaria de Transportes, onde tínhamos um número reduzido de CCs, mas pessoas qualificadas, focadas em melhorar a vida das pessoas. Então, nosso primeiro ato vai ser montar uma equipe de governo capaz, técnica, para bem atender a todos.

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A Prefeitura tem hoje 15 secretarias. Pretende extinguir ou criar alguma nova?

Queremos reduzir, no mínimo, duas secretarias. Fazer algumas fusões para que a gente possa automaticamente enxugar a máquina pública e ter mais recursos para fazer obras para as pessoas e as comunidades, principalmente, que tanto estão esquecidas. Queremos melhorar a vida do cidadão fazendo economia, obras com recursos próprios.


Quais secretarias seriam extintas?

Hoje temos em mente algumas ideias, mas isso queremos definir depois, com um corpo técnico e ouvindo também as nossas entidades, para que a gente possa enxugar mantendo a eficiência do serviço público.


E como conciliar a necessidade de ter técnicos ocupando cargos na Prefeitura com a necessidade de sustentação política?

Eu aprendi que a sociedade não quer mais essa forma de fazer política. Eu acredito que através do diálogo a gente possa fazer boas composições de governabilidade, porque a máquina pública tem que ser eficiente. Precisamos ter, na linha de frente, pessoas muito capazes.

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Há pouco o senhor falou em reduzir custos para fazer obras com recursos próprios. Onde pretende fazer sobrar dinheiro?

Primeiramente, é através de gestão que nós vamos fazer com que a Prefeitura economize mais. Vou usar aqui um simples exemplo. A frota de veículos da Prefeitura é muito grande, então um gerenciamento dessa frota vai nos ajudar a ter economicidade. E também a redução de CCs e de secretarias. Queremos tornar a máquina pública mais eficiente e ao mesmo tempo ter uma gestão moderna.


A desburocratização aparece em vários momentos de seu plano. Gostaria que me desse um exemplo do que pretende fazer para reduzir a burocracia na Prefeitura.

Precisamos de políticas tributáveis modernas, que deem incentivo às empresas que já existem no município e que passaram por grande dificuldade nesse momento de pandemia. E, principalmente, modernizar e desburocratizar os processos internos, conferindo agilidade às demandas das secretarias, implementando ferramentas tecnológicas que facilitem a requisição e emissão de documentos, evitando o dispêndio de tempo por parte dos servidores, contribuintes e empreendedores. Temos que atrair novos investimentos, também criar o Berçário Industrial 2 e ampliar o Distrito Industrial para que a gente possa ter emprego e renda nesse momento de pós-pandemia. Tenho andado muito pela cidade, e o emprego sempre é pauta.


Qual a sua posição sobre incentivos fiscais? No seu plano consta a concessão de isenções onerosas.

Acredito que incentivos fiscais são políticas públicas modernas. Nós temos que pensar não somente no grande empresário, mas focar também nos pequenos e microempresários, dando incentivo para aquele investidor que está dando um pontapé inicial. Por isso, a criação do Balcão do Empreendedor, para que a gente possa instruir a pessoa que está tendo coragem de empreender em um momento delicado como este.

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Muito se fala na necessidade de diversificação econômica. Que políticas podem ser adotadas visando a isso?

Nós não podemos esquecer do agro. Temos que diversificar também na área do agronegócio, que se mostrou muito forte durante a pandemia. Mas nós temos que ir atrás, acredito, de uma grande empresa calçadista, por que não? Santa Cruz tem mão de obra qualificada, tem estrutura, é um polo regional. Então, vamos ter esse trabalho junto com nossos líderes do MDB gaúcho, que é uma bancada federal com muitos contatos, com as bancadas do PSL, do PSB, do PDT, buscar abrir portas no setor empresarial e apresentar o que Santa Cruz tem de bom.

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Qual será a sua prioridade no setor de saúde?

Vamos iniciar colocando à frente da Secretaria de Saúde uma pessoa técnica e qualificada, que entenda de saúde. Isso é muito importante. A gente sabe o quanto todos os gestores que já passaram se dedicaram para que Santa Cruz tenha uma saúde de excelência. Porém, a pandemia nos mostrou que temos muito a evoluir. Como vereador, coloquei um projeto que hoje é lei para que se dê publicidade à lista de medicamentos disponíveis na Farmácia Municipal. Isso é um pequeno exemplo de que a gente pode, sim, fazer mais. Precisamos ter farmácia popular 24 horas, uma na zona sul e outra na área central. E precisamos ter de volta o atendimento 24 horas na zona sul para melhor atender as pessoas dos bairros e das comunidades.

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O senhor foi o único vereador governista que votou contra a Lei dos Vales em 2018. No seu plano, não consta a revogação da lei. Qual é exatamente a sua ideia?

Eu não concordei com esse projeto, porque muitos prefeitos que passaram davam aumento pequeno de salário e aumento grande nos tíquetes, como se salário fosse. Então, eu procurei ficar com a justiça nesse momento, porque a meu ver era um direito do servidor. O que nosso plano de governo diz é repor as perdas oriundas da Lei dos Vales, reajustando o auxílio-alimentação, além de conceder o vale-feira aos servidores. Logicamente, conforme autorização legal e aval do Tribunal de Contas do Estado. Dessa maneira, também estaremos incentivando o comércio local através dos nossos produtores rurais. Inovar no vale-alimentação é mais do que necessário para corrigir essa grande injustiça feita com o servidor. Por isso, estudamos e queremos ouvir os servidores sobre o pagamento do auxílio em dinheiro depositado na conta. Hoje, o servidor só pode comprar em determinados estabelecimentos habilitados e isso limita muito. Então, nós vamos nos reunir e conversar.


O senhor pode se comprometer em garantir anualmente a reposição da inflação e aumento real ao funcionalismo?

Nós temos, primeiro, que nos inteirar do cenário que vamos enfrentar a partir de 1º de janeiro. Mas sou uma pessoa que trabalha sempre através da justiça, do que é de direito. Então, o servidor pode ter certeza de que aquilo que estiver ao alcance da gestão e for justo, é dessa maneira que vamos trabalhar.


E quanto à regulamentação do pagamento do piso dos professores, é viável?

A pandemia também nos mostrou que estamos atrasados quando o assunto é educação. Precisamos ter professores motivados, preparados, e modernizar a educação no município. Temos que preparar esses jovens, as nossas crianças, para esse mundo tecnológico. Investir em tecnologia, em tablets, smartphones, internet para os nossos jovens, para que eles possam buscar o conhecimento. Eu tenho um projeto muito bom, o Contêiner do Conhecimento, que seriam áreas de estudo compartilhado nos bairros, um ambiente onde o aluno possa se concentrar, ter internet, ar-condicionado e poder estudar e se preparar para o amanhã.


Mas e em relação ao piso? O senhor se compromete ou não em regulamentar?

Sim, tanto que está no nosso plano de governo.


Santa Cruz não atingiu as metas referentes aos anos finais do Ensino Fundamental no Ideb. Como avançar nesses indicadores?

Isso passa pela valorização dos professores, passa por estrutura para esses alunos, passa por capacitação quanto a cursos EAD. Hoje podemos estar nas nossas próprias casas e focados em um curso a distância, nos qualificando. Queremos compartilhar dessa tecnologia com os alunos para que eles possam se preparar melhor e ter um melhor desempenho.


E é viável tudo isso que o senhor propõe, candidato? De onde tirar os recursos?

Acredito que seja muito viável, porque muitas vezes a gente vê obras que não são essenciais, não são necessárias. Temos que priorizar o que dá resultado, o que transforma a sociedade. Não vou entrar aqui no mérito se é positivo ou não implantar piscinas, mas elas têm custo elevado para a população. E aí eu entro também na questão do orçamento participativo. Será que a população do Bairro Bom Jesus deu como prioridade as piscinas? Eu quero fazer com que a população participe da nossa gestão. A população que vai nos dizer se é prioridade investir em educação para as crianças do bairro e em uniforme escolar para que a gente tenha mais segurança nas escolas.


De que forma será essa participação? O senhor pretende implantar o orçamento participativo?

Sim, eu quero atuar muito nos bairros, nas comunidades, colocando quatro ou cinco propostas e abrindo o diálogo para que a população priorize qual ação deve ser desenvolvida no seu bairro. Assim, a gente aumenta a probabilidade de acerto.


Temos localidades hoje no interior que estão desaparecendo em função do fluxo de pessoas que deixam o campo, e isso está relacionado à falta de infraestrutura. Como contribuir para reverter esse processo? E vou insistir: de onde tirar os recursos para isso?

Tem lugares que não têm água. Precisamos ampliar as redes hídricas, precisamos de um bom diálogo com a RGE para melhorar a energia elétrica no interior, telefonia, internet, para combater o êxodo rural. Precisamos dar qualidade de vida para quem produz. Precisamos equipar as subprefeituras, as associações. E, mais do que isso, precisamos fortalecer e ampliar as agroindústrias familiares por meio de orientação técnica, para regularização dos empreendimentos e participação desses produtores em feiras rurais e eventos. Precisamos utilizar a Patrulha Agrícola, equipando o parque de máquinas. Temos uma bancada federal muito voltada para o agro.

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Segurança pública, candidato. De que forma o Município pode contribuir mais?

Nós vamos dar um maior protagonismo para a Guarda Municipal. Queremos treiná-la, aparelhá-la e capacitá-la através de parcerias com a iniciativa privada, fomentando o recebimento de doações de empresas da região. E também ampliar o sistema de videomonitoramento das vias públicas, bem como o cercamento eletrônico do município. Isso é muito importante. Tive a oportunidade de visitar o município de Alvorada, que já foi, se não me engano, o mais violento do Rio Grande do Sul. E o cercamento eletrônico e o videomonitoramento reduziram os índices de forma muito objetiva.


E isso é possível com recursos próprios ou é preciso buscar verba em outra fonte?

Aí vem a importância de termos uma equipe qualificada no Planejamento. Lembro que, na primeira gestão do prefeito Telmo, ele cobrava muito o secretariado quanto a projetos. Ter uma equipe qualificada na captação de recursos federais e poder utilizar essa frente parlamentar que a nossa coligação tem é de extrema importância nesse momento. A gente sempre escuta que recursos tem em Brasília, o que falta são bons projetos.


No seu plano de governo, consta a adoção de medidas para garantir a modicidade tarifária no transporte coletivo. Como reduzir tarifa sem inviabilizar a operação?

O transporte público vem sofrendo muito. Hoje, há um aumento no transporte individual, como os aplicativos, e é uma realidade no mundo todo. Quem sofre muito, principalmente, é o transporte interdistrital, que enfrenta cada vez mais dificuldades. Vejo aí candidaturas falando que terá dia com passagem zero, mas isso é praticamente inviável. Precisamos ter um olhar atento para o transporte, que evoluiu muito na gestão do prefeito Telmo e, consequentemente, na minha como secretário. Mas o cálculo é matemático: quando diminui o número de passageiros, aumenta a passagem. Então, a Prefeitura, junto com os técnicos, vai ter que tentar subsidiar. O transporte não pode se tornar inviável.


Então o senhor acha viável a Prefeitura subsidiar a tarifa?

Não estou dizendo que acho viável, mas se for necessário, tem que fazer. Não podemos deixar que a tarifa fique inviável para o trabalhador. Hoje temos muitas demandas, Santa Cruz cresceu muito e o ônibus tem que chegar nas localidades, nos loteamentos.


Existe uma lei que regulamenta os aplicativos de transporte, mas que não funciona na prática. Qual a sua visão?

Essa lei que o governo mandou para a Câmara está fora do contexto. Os taxistas e os motoristas de aplicativos têm que trabalhar de forma harmônica. Pelo que eu vejo, ambos querem que a lei seja revista e que fique clara para todos.


No seu plano, o senhor fala, de forma genérica, em cobrar da Corsan o cumprimento do contrato. O que precisa mudar nessa cobrança, que atualmente não está funcionando, ao menos como deveria?

Eu cobrei muito da Corsan como vereador. Quando a Corsan quis um reajuste de 40%, o autor da audiência pública fui eu. E ali conseguimos abrir o debate e o reajuste, se não me engano, ficou entre 10% e 15%. O prefeito tem que entrar em cena, tem que cobrar. O contrato prevê multas, punições e o que vemos hoje é a Prefeitura largando tudo em cima da agência reguladora. Tem que ter um trabalho conjunto com a agência e a própria Corsan para que o contrato seja cumprido na íntegra. Não pode um trabalhador chegar em casa e não conseguir tomar um banho ou um copo d’água.


O senhor fala em ter uma equipe técnica. As pessoas que vão integrar o governo virão dos partidos ou de fora?

Nós temos na coligação pessoas muito qualificadas. Mas teremos pessoas que vamos buscar na sociedade, envolvendo as entidades empresariais com nomes técnicos. Isso é muito importante.


Santa Cruz tem um potencial turístico muito pouco explorado. No seu plano, constam projetos como um mercado público municipal e uma rua coberta.

Sempre digo que Santa Cruz precisa evoluir muito ainda para ser uma cidade turística. Temos maravilhosos pontos turísticos, mas precisamos buscar ideias de outros municípios. Como vereador, apresentei a indicação da rua coberta, que é um dos pontos mais visitados de Gramado. Também como vereador fiz a indicação do mercado público, que torna a cidade mais turística. Nós temos uma ideia de transformar a antiga Secretaria de Transportes em um mercado público. É próximo da nossa Oktoberfest e na rua principal da cidade. Também vamos buscar parceria privada para um grande parque ecológico e vamos dar sequência à obra do Lago Dourado, que é um encanto.


Que tipo de produto seria comercializado no mercado público?

Artesanato, feira, cafés, praça de alimentação. O mercado público tem que ser uma diversificação. São projetos que estão em nosso plano de governo e visam transformar o nosso município. Assim como queremos fazer uma concha acústica, que é interessante para dar espaço aos artistas locais.


Na Câmara, o senhor defendeu cotas sociais ao invés de raciais em concursos. Qual será sua posição enquanto prefeito?

Acredito que não é a cor da pele que define o ser humano. Nós somos todos irmãos, sempre tratei dessa maneira. Acho que as cotas sociais acabam atendendo também pessoas que não tiveram oportunidade. Foi essa a nossa defesa. Somos todos feitos de carne e osso, somos pessoas iguais. Mas respeito a democracia e vamos respeitar a lei que foi sancionada.


Qual vai ser o papel do vice no governo?

O Fabiano tem me surpreendido muito. Acho que vai acabar assumindo uma secretaria, sim. É um cara qualificado, um professor universitário, se adaptaria bem a qualquer área.

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Ouça o podcast com a entrevista completa:

A série de entrevistas

A menos de um mês da eleição municipal, a Gazeta do Sul veicula desde essa segunda-feira, 19, uma nova série de entrevistas com os sete candidatos a prefeito de Santa Cruz. Os prefeituráveis conversaram com a reportagem ao longo da semana e foram questionados sobre temas como economia, gestão fiscal, funcionalismo, saúde, educação, segurança, turismo, desenvolvimento rural, transporte coletivo urbano e saneamento, entre outros. Além da versão em texto, também será possível ouvir as entrevistas em podcast no Portal Gaz e nas plataformas de streaming.

Conforme definido em sorteio, a ordem de publicação será a seguinte:

Dia 19/10: Jaqueline Marques (PSD)
Dia 20/10: Alex Knak (MDB)
Dia 21/10: Helena Hermany (PP)
Dia 22/10: Mathias Bertram (PTB)
Dia 23/10: Carlos Eurico Pereira (Novo)
Dia 26/10: Frederico de Barros (PT)
Dia 27/10: Irton Marx (Solidariedade)

LEIA TODAS AS REPORTAGENS DA SÉRIE
1. “Santa Cruz do Sul tem tudo para ser um polo turístico”, diz Jaqueline Marques
2. “Nós temos que priorizar o que dá resultado”, diz Alex Knak

3. “Tenho muito orgulho da minha família”, diz Helena Hermany
4. “Vamos exigir que a Corsan cumpra o contrato”, diz Mathias Bertram
5. “Não podemos seguir correndo com os empresários”, diz Carlos Eurico Pereira
6. “É fundamental priorizar a economia local”, diz Frederico de Barros
7. “O Estado está acompanhando as eleições de Santa Cruz”, diz Irton Marx

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