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ELEIÇÕES 2020

Entrevista: “O Estado está acompanhando as eleições de Santa Cruz”, diz Irton Marx

Foto: Rafaelly Machado

Lista de propostas de Irton inclui a criação de um hospital municipal

Conhecido pelo envolvimento com o movimento pró-autonomia da Região Sul, Irton Marx (Solidariedade) trata a eleição para prefeito de Santa Cruz como um trampolim para o separatismo. Segundo ele, sua eventual vitória vai fermentar a ascensão de outros simpatizantes. Mais do que isso, afirma que, se eleito, vai convocar os demais prefeitos gaúchos para um “grande debate” no qual será marcada uma data para a proclamação de independência.

Embora já tenha sido condenado e até preso por declarações injuriosas feitas no jornal do qual foi proprietário por vários anos, rejeita qualquer autocrítica e afirma que jamais disse inverdades. Quando instado, porém, a indicar os nomes de uma série de empresas europeias que, conforme vem repetindo na campanha, estão dispostas a investir em Santa Cruz sob sua gestão, esquiva-se.

Sua lista de propostas inclui a criação de um hospital municipal, a extinção da Fiscalização de Trânsito, que acusa de “patrulhamento ideológico”, e eleição para subprefeitos. Também defende transformar a Guarda Municipal em Polícia Metropolitana, restringir a atuação dos aplicativos de transporte e alterar o formato da Oktoberfest, sem cobrança de ingresso.

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Entrevista

O senhor já disse que sua eleição seria importante para o movimento separatista. Como poderia contribuir com isso se é um tema que foge totalmente da alçada de um prefeito?

O Estado está acompanhando as eleições de Santa Cruz para ver a quantidade de separatistas que efetivamente existem nessa comunidade. A vitória do Irton Marx é importante porque vai criar um clima de amplitude maior. Pessoas de Passo Fundo, Bagé, Alegrete, Porto Alegre estão permanentemente em contato conosco. Uma vitória vai representar a eleição do primeiro candidato a prefeito separatista desde os tempos do império. E isso o que irá suscitar? Que outros municípios venham a buscar esse mesmo objetivo, seja na alçada legislativa ou no Executivo. Vamos trazer todos os prefeitos do Rio Grande do Sul, as autoridades do Legislativo estadual e todas as representações classistas para um grande debate e fixarmos, sim, a data de uma proclamação de independência.

Quem votar no senhor para prefeito, então, estará votando a favor do separatismo?

Com certeza absoluta.

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O senhor já foi condenado e chegou a ser preso por injúria por causa de declarações feitas em seu jornal. Em tempos de fake news, o senhor faz alguma autocrítica?

Eu diria o seguinte. Tudo o que eu escrevi estava correto.


Mesmo as declarações pelas quais foi condenado?

Sim. Elas estavam corretíssimas. Ocorre que o Irton Marx não tem o peso de uma caneta de um Sérgio Moro, que julgou outros políticos à revelia e tratou de eleger um grupo. Não tenho o peso de um capitão, de um general, eu era um mero jornalista comum e que transmitia a verdade para as pessoas. Eu fiquei odiado por alguns, claro, porque a verdade dói. Não querendo comparar, mas a verdade conduziu Jesus Cristo ao martírio.


O senhor acha que sofreu julgamentos parciais?

Exatamente. Estava programado. Então eu digo: não retiro uma só palavra.

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O senhor concorre sem coligação e não tem candidato a vereador. Como pretende obter governabilidade?

Logo após a vitória, vamos tratar de conversar com os vereadores. Não temos candidatos à vereança porque o Irton Marx tomou posse no Solidariedade faltando dois dias para encerrar o prazo de filiações. Não farei a prática da corrupção ativa e passiva. O nosso atual prefeito comprou os vereadores. Não é minha índole, até porque nenhum vereador que se preze, com responsabilidade, terá coragem de votar contra um projeto viável.


Se o senhor for eleito, qual vai ser o primeiro assunto ao qual vai se dedicar?

Em primeiro lugar, organizar a administração. E eu não vou buscar gente dentro do Solidariedade. Qualquer cidadão de bem, responsável, de qualquer entidade partidária, fará parte do governo. Uma vez empossado o prefeito, temos de esquecer o partido político. Mas uma das primeiras tarefas será organizar um plebiscito. Os distritos não vão ter subprefeito indicado pelo prefeito. Cada distrito vai escolher os seus candidatos e realizar uma eleição.


O senhor afirmou que já teria negociado a vinda de empresas europeias. Que empresas são essas?

Elas virão. Por exemplo, uma grande meta é construir uma usina de beneficiamento de beterraba açucareira. Vai funcionar por cooperativa, qualquer empresário poderá investir. É um grande complexo, gerará centenas de empregos na usina, que vai produzir o açúcar, o álcool, a forragem.

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O senhor tem garantias de que essa empresa virá?

Tenho garantia, sim, de que nós vamos ter essa empresa.


Mas não vai revelar o nome da empresa?

Não devo. Assim como uma indústria têxtil de tactel é quase certo que virá do Canadá para Santa Cruz.


Como o senhor estabeleceu esses contatos?

Por exemplo, em Quebec já estive cinco vezes por conta do movimento separatista. Na Catalunha tem uma indústria de motores que nos interessa também. Temos da Áustria uma montadora de motos, que é consorciada com a República Tcheca.

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A vinda dessas empresas está vinculada à sua vitória?

Ah, sim. Até por causa das minhas origens.


Mas nesse caso, o senhor não acha que deveria dizer que empresas são essas e mostrar evidências de que elas têm interesse em vir?

Não devo porque vivemos um clima de fake news, vinganças, de destruição nos bastidores da moral das pessoas. Peço desculpas.


Como fomentar a diversificação econômica?

Na França, uma vez colhida a beterraba, eles plantam trigo. Aqui vamos tentar fazer isso com o tabaco. Aí vai manter o homem do campo no interior. Fora isso, a indústria de aves. O Alto Taquari tem as maiores exportadoras de frangos. E por que não temos a vaca leiteira aqui? Queremos fazer um produto de exportação. Para isso, vamos lidar com a Itália, trazer uma grande empresa tipo Parmalat. Aí o homem do campo vai poder criar a vaca e ter um leite garantido para a renda adicional. Beterraba e fumo, mesma coisa. E dependendo da região, abatedouros de aves.

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E como se viabiliza isso?

Vai acontecer.


Como fazer sobrar recursos para realizar investimentos sem financiamentos?

O atual prefeito, que criticou tanto as dívidas do ex-prefeito Sérgio Moraes, está deixando uma herança dramática para os próximos prefeitos. Tem empréstimos que vão começar a pagar a partir de 1º de janeiro. A intenção é não fazer mais empréstimos e administrar o que está aí. Veja bem: o Telmo disse que ia reduzir de 300 CCs da Kelly (Moraes) para uma meia dúzia. Aí ele reduziu, para 90 ou 70. Só que os valores pagos para cada CC eram três vezes maiores. Então vamos começar por aí. E no andar da carroça, vamos arrochando. Mas não vamos arrecadar para o Município via multas. Nossa intenção é acabar com a fiscalização de trânsito do jeito que existe, que simplesmente humilhou as pessoas.


O senhor pretende extinguir a Fiscalização de Trânsito?

Vamos, primeiro, evitar as horas extras. Só ali é uma fortuna. Mas temos poder legal, sim, de extinguir a autarquia. Aí as pessoas são designadas para outras funções.


A sua ideia é não ter mais fiscais nas ruas?

Aos moldes do sistema atual, de patrulhamento ideológico inclusive, não.


E isso não pode trazer problemas para o trânsito?

Não. Parte sempre da educação. Temos a gloriosa Brigada Militar, temos a Guarda Municipal, ela é preparada para isso.


O senhor propõe a criação de um hospital. Qual vai ser sua prioridade em saúde?

Vamos procurar, nos 90 dias, mobilizar a comunidade para construir esse hospital. Vamos negociar com a Unisc, em termos de aparato da Faculdade de Medicina. O prédio defronte ao Poliesportivo, da Secretaria de Educação, ali será o hospital. Tem toda a condição de construir para os fundos, vamos conseguir verbas estrangeiras para isso. O coronavírus mostrou a necessidade de estar preparado a qualquer momento para uma outra demanda.


Mas que tipo de atendimento terá ali?

Geral. É um clínico-geral.


E a Prefeitura dispõe de recursos?

Nós vamos providenciar. Isso é uma meta que nós temos.


Os servidores municipais reivindicam a revogação da Lei dos Vales. Qual sua posição em relação a isso?

Receber os vales é um direito que eles adquiriram. Se queremos ter um governo confiável, temos que confiar no funcionalismo. Entendemos que esse direito deve ser devolvido a eles.


E quanto à regulamentação do pagamento do piso nacional do magistério, o senhor se compromete?

Isso faz parte do nosso projeto. O povo só vive feliz com segurança, saúde e educação. Por que as pessoas não se cumprimentam na rua? Isso faz parte da educação não recebida. Nós vamos ter um programa para desenvolver mais a mente, o cérebro, a intelectualidade de cada membro do magistério. Queremos fazer palestras todos os meses mostrando o outro lado do mundo. Precisamos de uma educação séria, rigorosa, aos moldes da Rússia, Ucrânia, Polônia, Alemanha, Japão, Canadá, Nova Zelândia, Austrália. Então, o magistério tem que ser muito bem remunerado.


Santa Cruz não atingiu as metas referentes aos anos finais do Ensino Fundamental no Ideb 2019. Como avançar nesses indicadores?

Começa pelo professor. Dando alegria para ele. Um funcionário gordinho, bem alimentado, saudável, se não for desleixado, vai mostrar muito mais competência. E não basta apenas dar aula. Isso tem que funcionar o dia inteiro lá dentro. Antigamente tinha o piquenique, hoje em dia não é possível porque a gurizada faz sexo na primeira capoeira que achar. Então, temos que interagir e ensinar as pessoas a largar um pouco o celular. Hoje vemos a juventude zumbi, robotizada. O próprio professor está robotizado.


Mas o uso da tecnologia não é importante na educação?

É importante para transmissão, recebimento e pesquisa. Mas não vai pesquisar 24 horas. Hoje as pessoas estão almoçando em um restaurante e o dedinho correndo em cima do celular. Existe, inclusive, na China e Japão, tratamento psiquiátrico em cima disso aí, sabia? Por causa da dependência.


Como evitar um colapso no transporte coletivo urbano?

Não é só o transporte coletivo. O serviço de táxi também. Eles estão parados. Santa Cruz está inundada pelos aplicativos.

O senhor é contra os aplicativos de transporte?

Veja bem. Os dois aplicativos são originários dos Estados Unidos. O que prevalece em Santa Cruz é um aplicativo criado nos Estados Unidos e adquirido pela China. 25% da arrecadação vai para os países proprietários, sabia? Qualquer festa em Santa Cruz, tu vê carro de aplicativo com placa de Mato Grosso do Sul, de São Luís do Maranhão. Eu vi. Tem 300 motoristas rodando aí, mas só 10% é de Santa Cruz, todos tirando passageiros do transporte coletivo e dos táxis que estão aí abandonados e estão legalizados, pagando impostos, mantendo seus funcionários. No meu conceito, foi um erro a Câmara de Vereadores e o prefeito atual terem aceito o aplicativo. Na Alemanha, ele é expulso.

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O senhor pretende proibir?

Vamos discutir com a comunidade. Mas por que vamos beneficiar os forasteiros e não prestigiar os nossos aqui? Na última Oktoberfest, chegava a ter 150 motoristas em volta do parque.


Nós temos mais de 300 motoristas. O senhor acredita, então, que a maioria não são daqui?

Exatamente. Não são. E quando tem uma festa grande, eles vêm de tudo o que é lugar do Estado. Outra: quando as regiões deles estão em bandeira vermelha, vêm para Santa Cruz do Sul, uma cidade rica, tem dinheiro. Sabemos dessa situação e vamos resolver.


De que forma o Município pode contribuir mais com a segurança pública e de onde tirar recursos para isso?

Sempre o problema é o dinheiro, que está concentrado nas mãos de 3% a 5% do povo. Se analisar quem manda em Santa Cruz, é 3% a 5%. Então ali está o dinheiro. Bom, por qual razão ainda não foi colocado um posto policial no Bairro Carlota? Por que não tem um posto da polícia no Bairro Bom Jesus?


Mas a Polícia Militar é administrada pelo Estado.

Vamos procurar fazer um contrato entre a Polícia Metropolitana de Santa Cruz e a Brigada Militar.


O senhor pretende chamar a Guarda Municipal de Polícia Metropolitana?

Exatamente.


As atribuições da Guarda hoje estão mais restritas à preservação do patrimônio municipal. O senhor pretende mudar?

Pretendo fazer dela uma polícia.


Com patrulhamento nas ruas, trabalho preventivo?

Também. Trabalho conjunto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária. Não tem outro caminho. Tem que dar plenos poderes para todos. Fragmentar não vai funcionar.


A Prefeitura tem hoje 15 secretarias. O senhor pretende manter, extinguir ou criar alguma?

Eu pretendo, se for possível e legal, reduzir em 50% o salário dos secretários. E se não for possível, trabalhar só com diretores. Só ali vai dar uma grande redução. Mais do que as atuais 15 secretarias, não vai ter.


Santa Cruz tem um potencial turístico muito pouco explorado. Que tipo de política pode ser implementada para fomentar isso?

A grande verdade é que todos os secretários de Turismo de Santa Cruz nunca souberam nada de turismo. É como ter um jornalista como secretário de Saúde ou um general como ministro da Saúde. São contradições, é de rir. Bom, a Oktoberfest não é uma festa alemã. A Oktoberfest é uma festividade criada pelos cervejeiros na cidade de Munique, que é a capital do estado da Baviera. Santa Cruz do Sul não tem nada a ver com Oktoberfest. A população veio do norte. Eu conheço lá, as tradições são bem diferentes.


O senhor quer alterar a Oktober?

Vamos alterar. Essa Oktober aqui apenas serve de chamariz para os comerciantes venderem mercadorias lá dentro. A pessoa paga a entrada, um copinho de suco lá dentro é uma monstruosidade, quer dizer, é um supermercado, um shopping, um evento de vendas de mercadorias. Inclusive, uma entidade X teve o direito de monopolizar a venda da cerveja. Isso vai terminar. Pretendo, sim, ajudar o Centro. Por que não colocar palcos na Praça da Bandeira e na Getúlio Vargas e fazer uma festa pública com a verdadeira tradição germânica? Cada lancheria de Santa Cruz, cada bar, cada restaurante geral vai contribuir com uma pequena locação para ter uma tenda e vender seus cachorros-quentes, suas cucas, seus produtos.


Sem cobrança de ingresso?

Sim. Uma festa popular.


Santa Cruz conta com uma lei que prevê reserva de vagas para pessoas negras em concursos. Qual sua visão sobre política de cotas?

Sabemos que os negros foram vítimas da estupidez branca. Para começar a corrigir essa onda racista que sempre existiu, eu nunca usei a palavra “nega-maluca”. Digo bolo de chocolate. Assim como acho incorreto que o Gabriel O Pensador tenha criado a música Lôra Burra. Assim como não deve existir loira burra, não deve ter nega maluca. “Ah, vou abrir a caixa-preta da Prefeitura.” Por que tem que ser preta? Eu sempre digo: vou abrir a caixa-branca.


Mas e em relação à política de cotas?

Isso o próprio negro deve analisar entre si e a sua comunidade. A lei existe e é mantida. Conheço advogados formados sem cota. Conheci o doutor Jocelito Freitas, um dos melhores médicos de Santa Cruz, negro, sem cotas, e no auge da discriminação. Martin Luther King não precisou de cotas, Mandela não precisou de cotas. Escrevi no meu livro que o negro tem que acreditar na sua potencialidade.


O senhor revogaria a lei?

Não. Só digo o seguinte: a lei está ali para quem não acredita em si mesmo. Tem muitos brancos que precisariam de cota também. O indígena, o mestiço, todos precisam de cotas. Mas quem acredita em si mesmo vai se agarrar, estudar e entrar pela porta da frente.


Qual vai ser o papel do seu vice no governo?

Vai cuidar do setor de Obras, estradas, social. Aliás, eu também. Vamos fazer a mesma coisa. Vamos praticamente estar juntos no mesmo gabinete.

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Ouça o podcast com a entrevista completa:

A série de entrevistas

A menos de um mês da eleição municipal, a Gazeta do Sul veicula desde essa segunda-feira, 19, uma nova série de entrevistas com os sete candidatos a prefeito de Santa Cruz. Os prefeituráveis conversaram com a reportagem ao longo da semana e foram questionados sobre temas como economia, gestão fiscal, funcionalismo, saúde, educação, segurança, turismo, desenvolvimento rural, transporte coletivo urbano e saneamento, entre outros. Além da versão em texto, também será possível ouvir as entrevistas em podcast no Portal Gaz e nas plataformas de streaming.

Conforme definido em sorteio, a ordem de publicação será a seguinte:

Dia 19/10: Jaqueline Marques (PSD)
Dia 20/10: Alex Knak (MDB)
Dia 21/10: Helena Hermany (PP)
Dia 22/10: Mathias Bertram (PTB)
Dia 23/10: Carlos Eurico Pereira (Novo)
Dia 26/10: Frederico de Barros (PT)
Dia 27/10: Irton Marx (Solidariedade)

LEIA TODAS AS REPORTAGENS DA SÉRIE
1. “Santa Cruz do Sul tem tudo para ser um polo turístico”, diz Jaqueline Marques
2. “Nós temos que priorizar o que dá resultado”, diz Alex Knak

3. “Tenho muito orgulho da minha família”, diz Helena Hermany
4. “Vamos exigir que a Corsan cumpra o contrato”, diz Mathias Bertram
5. “Não podemos seguir correndo com os empresários”, diz Carlos Eurico Pereira
6. “É fundamental priorizar a economia local”, diz Frederico de Barros
7. “O Estado está acompanhando as eleições de Santa Cruz”, diz Irton Marx

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