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COLUNA

Lissi Bender: Wilhelm Busch, o pioneiro das histórias em quadrinhos

Max e Moritz, no Brasil Juca e Chico, personagens de Wilhelm Busch

Por Lissi Bender
Pesquisadora e escritora
[email protected]

Em meio à Semana da Língua Alemã, convido-os a volver um olhar para o precursor das histórias em quadrinhos para crianças – Wilhelm Busch –, um genial contador de histórias, poeta, um clássico do humor alemão e desenhista. Nasceu em 1832, numa pequena aldeia próxima a Hannover. A vida não lhe colocou cerejas no bolo, mas ele soube, como poucos, fazer seu próprio bolo. Depois de interromper seus estudos em Düsseldorf, seguiu para München, desejava estudar na Academia de Artes. O curso não atendeu a suas expectativas e de sua família não recebeu apoio. De modo que, entre 1857 e 1858, após alguns anos sem perspectivas, chegou a pensar em emigrar para o Brasil e aqui cultivar abelhas. Mas quis o destino que em Munique se unisse à cena artística no Künstlerverein Jung München, uma associação de artistas que reunia importantes pintores da época.

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Por meio do jornal do Verein, ele publicava suas produções artísticas e literárias. Em 1865 publicou as histórias em quadrinhos Max und Moritz – Eine Bubengeschichte in sieben Streiche – Uma história de guris em sete travessuras. Em 1915, essa história recebeu uma versão em língua portuguesa, do renomado poeta Olavo Bilac, na qual manteve as ilustrações de Busch. Na versão brasileira, Max und Moritz foram chamados “Juca e Chico”. Aqui lhes apresento um excerto do prólogo, no original e na versão de Olavo Bilac:

Ach, was muß man oft von bösen
Kindern hören oder lesen!
Wie zum Beispiel hier von diesen,
Welche Max und Moritz hießen.
Die, anstatt durch weise Lehren
Sich zum Guten zu bekehren,
Oftmals noch darüber lachten
Und sich heimlich lustig machten.

Não têm conta as aventuras,
As peças, as travessuras
Dos meninos mal criados…
– Destes dois endiabrados,
Um é Chico; o outro é o Juca:
Põem toda a gente maluca,
Não querem ouvir conselhos
Estes travessos fedelhos!
– Certo é que, para a maldade,
Nunca faz falta a vontade…

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E para finalizar lhes ofereço algumas citações de Busch:
“Was man besonders gerne tut, ist selten ganz besonders gut”. – O que a gente mais gosta de fazer, raramente é bom de verdade.
“Der Neid ist die aufrichtigste Form der Anerkennung” – A inveja é a forma mais sincera de reconhecimento.
“Vater werden ist nicht schwer, Vater sein dagegen sehr.” – Tornar-se pai não é difícil, por outro lado, ser pai é muito difícil.”
“Ausdauer wird früher oder später belohnt – meistens aber später.” – Mais cedo ou mais tarde a persistência é recompensada – mas, na maioria das vezes, mais tarde.
“Die Summe unseres Lebens sind die Stunden, in denen wir liebten.” – A soma de nossa vida, são as horas em que amamos. Deveras, tudo que fazemos com amor, confere qualidade a nossa vida, à vida dos seres com os quais convivemos e ao lugar em que vivemos, e, na soma de nossa vida, vive.

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