Vivemos tempos de massificação de informação, principalmente devido às redes sociais. Hoje, todos somos produtores de conteúdo. Não que isso seja algo ruim, mas é preciso considerar a qualidade e a origem dessas notícias. Para comunicadores de carreira, jornalistas graduados, os desafios são diários: é se abastecer dessa avalanche de informações de redes sociais, analisar sua relevância, apurar com as fontes certas e retransmiti-las de forma assertiva, com ética e compromisso com a verdade e, principalmente, com a sociedade. E o compromisso se torna ainda maior porque temos a responsabilidade de formar opinião, a partir da maneira como informamos.
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Em carta escrita por papa Francisco em janeiro deste ano, destinada aos comunicadores do mundo e para alcançar a todos no 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado na última quinta-feira, o pontífice mostrou preocupação com o cenário atual marcado pela polarização, por formas tendenciosas e disseminação de medo, preconceitos e ódio expostos pela comunicação. Francisco nos fez um pedido: para que se comunique com o coração, mansidão, respeito e empatia, gerando esperança e construindo pontes.
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A mensagem nos faz refletir sobre nosso papel e nossa atuação em rotinas cada vez mais aceleradas. Como não se contaminar com a desenfreada produção de conteúdo a qualquer custo e de qualquer forma, expondo fontes, nossa trajetória profissional e a credibilidade de veículos construída por décadas.
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A necessidade de gerar conteúdo que renda engajamento coloca a contação de histórias e a produção de notícias boas em segundo plano. Afinal, são fatos trágicos, fofocas, desgraça alheia que alcançam grandes números de audiência. Tenho me preocupado com a nova geração de profissionais de comunicação que podem não ter mais o espaço, a “sacada” e a oportunidade de produzir conteúdo de qualidade.
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Em meio a isso, na carta, o papa Francisco cita uma frase de Martin Luther King, que diz: “Se eu puder ajudar alguém enquanto caminho, se eu puder alegrar alguém com uma palavra ou uma canção… então a minha vida não terá sido vivida em vão”. Portanto, como comunicadores de profissão, a nossa missão é, através do nosso trabalho, semear o bem, fazer a diferença na sociedade, levar esperança e leveza. O mundo ainda precisa de histórias, conexões e humanização.
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