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CASO KISS

Sexta-feira marcada por clima de tensão no plenário

Foto: Alencar da Rosa

Daniel gerencia a loja que vendeu fogos a produtor musical – que teria escolhido a opção mais barata

A sexta-feira foi marcada como o dia mais tenso, até agora, daquele que é considerado o maior julgamento da história do Rio Grande do Sul. O terceiro dia do júri que analisa as responsabilidades de quatro réus pela tragédia na Boate Kiss, ocorrida em Santa Maria na madrugada de 27 de janeiro de 2013, contou com fortes doses de emoção.

Os sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann; o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos; e o produtor musical Luciano Bonilha Leão respondem por homicídio com dolo eventual cometido contra 242 pessoas e tentativa de homicídio contra outras 636.

Nessa sexta-feira, 3, seguindo o sistema de revezamento combinado entre o Poder Judiciário e os veículos de imprensa, a Gazeta do Sul pôde acompanhar a sessão dentro do plenário do Foro Central I, onde ocorre o júri, em Porto Alegre. Logo pela manhã, o primeiro a depor, por volta das 9h20, foi Daniel Rodrigues da Silva, de 40 anos. Ele é administrador da loja Kaboom, onde o artefato pirotécnico que causou o incêndio foi comprado por Luciano Bonilha Leão, produtor da Banda Gurizada Fandangueira.

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O juiz presidente do júri, Orlando Faccini Neto, questionou a testemunha sobre as diferenças de valores entre os fogos indoor, que podem ser utilizados em ambientes fechados, e o Sputnik, que é usado em locais abertos – mas que foi aceso dentro da boate pelo vocalista da banda. Segundo Daniel, hoje em dia, a unidade de um produto indoor custa R$ 75,00, enquanto uma caixa com seis Sputnik tem o valor de apenas R$ 20,00.

Ainda sobre as diferenças entre um e outro, Daniel afirmou: “O Sputnik tem chama de 1 metro e 50 centímetros, mais ou menos, além de possuir pólvora e componentes químicos que geram faísca.” Na vez de as defesas apresentarem seus questionamentos, o clima ficou pesado. Os advogados de Luciano Bonilha Leão questionaram Daniel sobre a Polícia Civil ter fechado a loja dele em algum momento do passado.

Contrariada, a testemunha perguntou ao juiz se o fato era relevante ao caso. Faccini Neto disse que sim, e Silva respondeu que em 2015 a Kaboom foi fechada pela polícia após denúncia de vizinhos, depois que uma carga de mercadorias havia sido colocada em sua garagem por falta de espaço na loja. “Paguei multa e o fato foi encerrado”, afirmou.

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Tweet gera contestação da defesa

Antes de Gianderson Machado da Silva, ex-funcionário de uma empresa de extintores, prestar seu depoimento durante a tarde, o advogado de defesa de Mauro Hoffmann interpelou um pedido de contradição contra a testemunha. O motivo foi um tweet da filha de Gianderson, Gabriela Caetano.

Na mensagem publicada na rede social, a jovem de 19 anos externou o desejo de que os réus “apodreçam na cadeia”. O fato motivou a reclamação da defesa. O pedido de contradição foi atendido em partes pelo juiz, o qual afirmou que, a partir do fato, ouviria Gianderson apenas como informante (sem o compromisso de dizer a verdade), não como testemunha. O depoimento acabou não tendo grande relevância para o caso, pois Gianderson respondeu que “não sabia” ou “não se lembrava” na maioria dos questionamentos.

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Na sequência, foi a vez de o juiz aposentado Pedrinho Bortoluzzi prestar depoimento, na condição de testemunha abonatória do réu Marcelo. Disse que contratou o acusado para trabalhar como azulejista e ele sempre foi correto, calmo e tranquilo. Antes do último depoimento, as bancadas de defesa concordaram em abrir mão de uma testemunha cada, para dar mais celeridade ao julgamento.

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Depoimento de Gianderson pouco ajudou: ele não lembra ou não sabe | Foto: Alencar da Rosa
Juiz aposentado Pedrinho Bortoluzzi contratou Marcelo como azulejista | Foto: TJRS

Ministério Público mostra fotos de corpos

Outro momento pesado ocorreu ao final do dia. Os promotores David Medina da Silva e Lúcia Helena de Lima Callegari apresentaram fotos e vídeo de pessoas falecidas dentro da Boate Kiss e no Centro Desportivo Municipal. Antes, sugeriram aos familiares, na plateia, que poderiam sair do local para não ver as cenas. Uma mãe precisou de atendimento médico.

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Diante das imagens, o Ministério Público questionou o sobrevivente Érico Paulus Garcia sobre a retirada dos mortos de
dentro da boate. Em um depoimento chocante, ele contou que ajudou a salvar em torno de 15 pessoas, além de carregar os cadáveres para caminhões após a tragédia. O julgamento do Caso Kiss segue sem interrupção neste fim de semana.

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Sobrevivente Érico Garcia salvou 15 pessoas e ajudou a carregar cadáveres | Foto: Alencar da Rosa

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