Quem transita pelos corredores da política santa-cruzense não se surpreendeu com o anúncio feito pelo vereador Daiton Mergen (MDB) nesta semana de que está desembarcando da base aliada na Câmara. Há meses, o emedebista manifestava em conversas reservadas com colegas insatisfação com condutas do governo Helena. Na tribuna, ele afirmou que a gestão “se desvirtuou” e queixou-se do tratamento dado a recursos de emendas parlamentares articuladas por eles.
Pressão
O apoio de Mergen ao governo havia sido articulado diretamente com ele, sem passar pela presidência do MDB. Internamente, muitos integrantes defendiam que a sigla, que pretende disputar novamente a Prefeitura em 2024, se desvinculasse de Helena. Em julho, Mergen chegou a participar de uma reunião com políticos de oposição.
Fica como está
Mesmo com a saída de Mergen, integrantes do MDB seguem ocupando cargos no governo. Atual presidente da sigla, o vereador disse à coluna que não irá interferir. “O meu acordo foi com o líder de governo e terminou na segunda-feira, 5. Daí pra diante é com a prefeita e com cada um deles, pois a relação é apenas entre eles e não com o vereador”, alegou. No governo, a disposição é de não apenas mantê-los como não pedir que se desfiliem.
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Ainda dá
Ainda que tenha perdido um voto seguro, o governo vai manter uma maioria confortável na Câmara para aprovar projetos estratégicos. Segundo cálculos da coluna, o grupo mais fiel ao Palacinho ainda somará dez dos 17 vereadores.
Votos à parte
Desde que tomou posse, Mergen vinha atuando próximo ao colega Cleber Pereira (União Brasil), de quem é amigo pessoal. Os dois costumam afirmar que são uma bancada única nas votações na Câmara. Cleber, porém, se mantém fiel à base aliada. Questionado nessa sexta-feira, 9, ele disse que a relação entre os dois não muda e afirmou não acreditar que o emedebista adote uma postura de oposição a partir de agora. “Acredito que nosso voto continue casado”, afirmou Cleber.
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