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A vida no bairro

Ana Nery: o bairro que surgiu a partir de um hospital

Foto: Bruno Pedry

Ana Nery é o sétimo bairro mais populoso de Santa Cruz

Mesmo passados mais de dez anos da última delimitação de bairros de Santa Cruz do Sul, que resultou em algumas fusões e um novo mapa, muitos ainda não sabem quais partes pertencem ao Ana Nery e quais são Arroio Grande. Alguns exemplos utilizados pela população também contribuem para essa confusão. É o caso da filial do supermercado Miller, popularmente conhecida como Miller do Arroio Grande, mas que na verdade está situada na área do Bairro Ana Nery.

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Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda sem considerar as informações do Censo 2022, mostram que se trata do sétimo bairro mais populoso do município, com 4.836 habitantes. A principal referência é, sem dúvida, o Hospital Ana Nery, instituição que foi responsável pela fundação do bairro, ainda na década de 1950. De lá para cá, o crescimento da casa de saúde motivou a expansão do entorno, tanto com moradias como estabelecimentos comerciais e industriais.

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A fusão com os extintos bairros Figueira e Piratini também garantiu um aumento populacional e de área, tornando o Ana Nery o que é hoje. Os limites atuais são com o Faxinal Menino Deus, Distrito Industrial e Castelo Branco ao Sul, Pedreira e Senai a Oeste, Centro ao Norte, Bonfim e Arroio Grande a Leste.

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História que se confunde com o crescimento da casa de saúde

A Sociedade Caritativa Beneficente Ana Nery foi fundada em 1951, mas foi somente em 1955 que entrou em funcionamento o Hospital Ana Nery (HAN), a partir da estrutura do antigo Hospital Arroio Grande, que pertencia a Ingo Ebert. Tratava-se de uma estrutura de proporções reduzidas como se pode perceber na foto menor, mas que seria ampliada menos de uma década depois, em 1964, quando ocorreram as primeiras obras de expansão. Conforme a casa de saúde crescia, em paralelo se desenvolvia o seu entorno. Assim surgiu o Bairro Ana Nery.

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Hospital Ana Nery era pequeno quando começou, em 1955 | Foto: Banco de Imagens

Ainda assim, a área do bairro era pequena e se limitava ao entorno do hospital, conforme recorda Tarcísio Schaefer, de 70 anos e que vive no local há mais de 40. “Nós não éramos mais do que quatro ou cinco ruas aqui em volta. Foi somente em 2010, quando o Ministério das Cidades determinou novas normas técnicas para a existência dos bairros, que crescemos”, recorda. Na época, Santa Cruz do Sul possuía 45 bairros, número que caiu para 36 a partir da nova legislação aprovada pela Câmara de Vereadores em 2010.

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Na ocasião, alguns bairros receberam novos nomes e as fusões fizeram com que outros deixassem de existir. O Ana Nery já existia, contudo, recebeu áreas dos extintos bairros Figueira e Piratini, bem como parte do Faxinal, tornando-se o que é hoje. Tarcísio diz que a infraestrutura atual é excelente e a região oferece tudo o que os moradores precisam em termos de saúde, alimentação, comércio, serviços e mobilidade, mas nem sempre foi assim. “Teve um tempo que nem tínhamos agentes de saúde e o posto distribuía poucas fichas.”

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Ele também foi um dos fundadores da associação de moradores, criada há cerca de 15 anos com o objetivo de pressionar o poder público para manter na área o módulo de segurança da Brigada Militar, que ficava às margens da Avenida Castelo Branco, ao lado do posto de combustíveis, onde hoje funciona uma unidade da farmácia municipal. “Levar meia dúzia de pessoas lá para protestar não adiantaria, então montamos a associação e conseguimos junto ao comando a permanência do módulo”, conta.

Junto com Aldo Welker, que também foi presidente, e outros líderes, a associação foi responsável por encabeçar diversas lutas por melhorias no bairro, entre elas a Estratégia de Saúde da Família (ESF) Ingo Ebert, também conhecida como ESF Figueira. Tarcísio afirma que até mesmo o viaduto da Avenida Euclydes Kliemann, cuja licitação foi aberta nessa semana, é uma demanda antiga da associação e que vinha se arrastando desde a gestão de Sérgio Moraes.

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Sobre o bairro

Associações auxiliam no tratamento do câncer

Desde que foi inaugurado o Centro de Oncologia do Vale do Rio Pardo junto ao HAN, em 2000, a instituição tornou-se referência para o tratamento de câncer em pacientes oriundos do Vale do Rio Pardo, Região Carbonífera, Centro-Serra e também do município de Cachoeira do Sul. A complexidade do tratamento em algumas pessoas, que precisavam se deslocar a Santa Cruz várias vezes na semana para as sessões de quimioterapia ou radioterapia, fez surgir associações que se dedicam a auxiliar essa parcela da população.

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A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) atua desde 2006, mas a Casa de Apoio foi inaugurada em 2011, na Rua Dorval Martins, próxima ao Oncocentro. Há ainda a Associação de Assistência a Pacientes Oncológicos e Transplantados (Aapot), que por muitos anos funcionou na Rua Amapá, em frente à entrada principal do HAN, e hoje está situada na Avenida Euclydes Kliemann, Arroio Grande. Ambas oferecem gratuitamente alimentação, estadia e outros serviços para auxiliar quem luta contra o câncer.

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Associação de Apoio a Pessoas com Câncer fica no bairro | Foto: Bruno Pedry

Um lugar próspero para empreender

O Laboratório Éthica iniciou suas atividades em 1991, junto ao Hospital Monte Alverne. Em 2003, instalou a primeira filial, na Rua Fernando Abott, perto do Hospital Santa Cruz. Conforme a empresária Vera Lúcia Reck, com o tempo foi possível perceber que muitos clientes que buscavam os serviços vinham de bairros afastados do Centro. “Para ficar mais perto dos clientes e facilitar o acesso aos nossos serviços, decidimos então abrir um novo posto de coleta no Bairro Ana Nery, em 2012”, revela.

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Hoje, o Laboratório Ethica no Ana Nery é responsável por atender a população de diversos bairros da região ao sul do centro de Santa Cruz por todos os convênios públicos e privados. Ela diz que as pessoas podem sempre contar com um atendimento acolhedor. “Primamos pelo atendimento humanizado, queremos que o cliente venha até aqui e se sinta não somente atendido em suas necessidades, mas também acolhido como um todo.”

Vera Lúcia Heck empreende no Ana Nery desde 2013 | Foto: Divulgação

Recentemente também se instalou no Bairro Ana Nery o Via Atacadista. O atacarejo, como é conhecido esse tipo de supermercado, foi responsável por gerar mais de 150 empregos diretos no município. A estrutura tem mais de 11 mil metros quadrados e exigiu um investimento na ordem dos R$ 40 milhões por parte do Grupo Passarela. Desde a inauguração, no dia 23 de janeiro, o empreendimento registra intenso movimento e evidencia o potencial que o Ana Nery tem para se desenvolver economicamente.

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Quem foi Ana Nery

Ana Nery: a primeira enfermeira do Brasil | Foto: Divulgação

Ana Justina Ferreira nasceu no município de Cachoeira, na Bahia, em 1814. Em 1837, casou-se com o militar Isidoro Antônio Nery e adotou o sobrenome do marido. Em 1864, quando irrompeu a Guerra do Paraguai, seu irmão e dois filhos foram destacados para o combate. Ela pediu autorização ao presidente da província da Bahia para que pudesse acompanhá-los e prestar serviço nos hospitais. Ana foi incorporada ao 10o Batalhão de Voluntários, em 1865, na qualidade de enfermeira.

Durante toda a campanha militar brasileira, prestou inestimáveis serviços nos hospitais de campanha em diversos lugares da Argentina, Uruguai e Paraguai. Terminada a guerra, regressou à cidade natal e recebeu várias homenagens, inclusive duas medalhas concedidas pelo governo imperial. Ana morreu em 20 de maio de 1880, aos 65 anos, no Rio de Janeiro.

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Em reconhecimento ao legado deixado por ela, a primeira escola oficial de enfermagem de alto padrão do Brasil recebeu seu nome, em 1923. Em 1938, o então presidente Getúlio Vargas decretou o Dia do Enfermeiro, a ser comemorado em 12 de maio, data na qual todos os estabelecimentos de saúde deveriam prestar homenagens à memória de Ana Nery.

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